"A Politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen" Winston Churchill

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Eleições Presidenciais

É com enorme prazer que inauguro este espaço, que tem como objectivo, mais do que uma luta entre a esquerda e a direita políticas, um espaço de debate político sobre os acontecimentos mais importantes da actualidade política, onde para além de aproveitarmos para expressar opiniões, poderemos também aproveitar para nos cultivarmos um pouco mais com a participação de todos!

Para post de abertura, como não poderia deixar de ser, escolhi as eleições presidenciais que estão aí à porta, e queria lançar as seguintes questões:

-Será esta luta entre Cavaco Silva Vs. Manuel Alegre Vs. “Resto do Mundo” benéfica para a situação actual do país, quando inúmeras questões sobre o passado e a credibilidade do actual PR são levantadas? Estará este esquema político a ter sucesso?

-Haverá esperança numa segunda volta para a esquerda?

-A candidatura de Manuel Alegre apoiada por BE e PS, terá sido uma desvantagem para o mesmo?

-Será eticamente correcto, alguns candidatos levarem os jornalistas atrás de si, até creches e centros de deficientes, quando estes nem sequer votam, apenas para tentar apelar à sensibilidade social?

Bem poderia ficar aqui a questionar cada momento desta campanha, e destes candidatos, mas deixo-o para nós…


André Serras

4 comentários:

  1. Mais do que lutas partidárias, o Presidente da República penso que deve ser uma pessoa com um papel activo na sociedade para além de representar o País. O Cavaco Silva de activo nunca teve nada(só em campanhas eleitorais), nem defende o pais, no fundo não faz nada...acho incrível como alguém pode ganhar eleições sem qualquer mérito derrotando candidatos muito fraquinhos...
    Um dia José Saramago apelidou Cavaco de "o génio da banalidade", é incrível como uma frase consegue transmitir uma verdade que ninguém aparentemente vê!

    Quanto a Manuel Alegre nunca passará de um poeta obcecado com o poder, com o caso do BPN em que Cavaco também conseguiu tirar umas boas massas, falou demais...a sua sede em obter o poder irá retirar-lhe muitos votos.

    A minha escolha vai recair sobre Fernando Nobre, uma pessoa simples e humilde que de politico nada tem...posso estar enganado.
    Prevejo que Fernando Nobre ultrapasse Manuel Alegre e possivelmente alcance uma segunda volta com Cavaco Silva...mas não tenho dúvidas nenhumas que o inútil do Cavaco Silva vai vencer...

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  2. Penso que a primeira frase João, tanto se aplica ao PR como ao PM...
    Cavaco Silva desde sempre tem demonstrado ser uma pessoa credível e correcta, tal como se pode ver nos poucos vetos que tem feito ao actual governo pensando no bem nacional e não pensando partidariamente!
    Casos como o BPN, acontecem em alturas como o Freeport apareceu, não acreditando eu na actual justiça portuguesa, respondo como me respondem, não foi acusado judicialmente de nada até ver.
    Manuel Alegre passou de só a duplamente "acompanhado", mas isto é o que se diz, pois na verdade tem sido muito mais apoiado por BE do que PS, falando apenas para agradar a ambos, não consegue manter um discurso coerente...
    Quanto aos restantes, pois uns muito maus e uns só maus, para mim são todos iguais... Tenho pena de ser assim pois quase dois milhões de euros são atribuidos a cada candidato para campanha, e é um ultraje esse dinheiro ser atribuido a pessoas com ideias descabidas, que apenas são do contra! Levam jornalistas a creches e centros de deficientes, pessoas que nem sequer votam, para quê? Para nada! Andam a ler os livros errados de marketing político, e lá nisso podiam aprender um pouco com o PM..

    Cavaco Silva vai ser o justo vencedor, disso não tenho dúvidas, como podemos ver nas enchentes de gente que arrasta pelo país fora! É o verdadeiro apoiante do povo e das suas necessidades...
    Manuel Alegre planeou uma táctica de ataque, criando ele próprio algumas armadilhas, onde acaba sempre por cair!

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  3. A direita está unida em torno de Cavaco; um apoio consensual que, a meu ver, se enquadra num certo jogo de conveniências: por exemplo, o CDS sabe que o PSD está perto de chegar ao governo e estas eleições são uma oportunidade para não "desfazer" uma possível coligação futura.
    Todas as restantes candidaturas surgem como uma contestação à forma como Cavaco Silva exerceu as suas funções no mandato que está prestes a findar. Conseguida a 2ª volta (passo que se apresenta como o maior desafio), tenho legítimas razões para acreditar que será Manuel Alegre o próximo Presidente da República.

    Manuel Alegre, uma figura "politicamente incorrecta", demarca-se de Cavaco Silva num ponto, para mim, essencial: não se esconde atrás de silêncios e assume, de forma bem clara, as suas convicções.

    Quanto às promulgações de Cavaco que foram desvalorizadas pelo próprio, deixo o seguinte raciocínio:
    Se Cavaco Silva veta uma lei aprovada no parlamento, está a marcar uma posição contrária ao que foi aprovado na AR (e tem, naturalmente, que assumir tal decisão, argumentando de acordo com os seus princípios); se Cavaco promulga a lei, insinua que foi contra a sua vontade e argumenta que, caso a vetasse, estaria a ir contra o que foi decidido democraticamente, então não faz sentido existir um Presidente da República soberano, uma vez que os seus vetos seriam incompatíveis com o sistema democrático; finalmente, se Cavaco promulga uma lei, desvaloriza-a e argumenta que apenas o fez porque era o melhor para Portugal, então está a admitir que a sua visão está errada (e por que é que não a altera?).

    Teve, talvez, dois medos: um, o de ser severamente criticado por vetar uma lei (tomo como exemplo o casamento entre pessoas do mesmo sexo) que consagra as liberdades individuais e se enquadra numa sociedade desenvolvida; o outro medo foi o de "desapontar" a direita cristã.
    Tentou "equilibrar a jogada". Mas não nos convenceu.

    Ciente de que não abordei todos os temas em discussão, fica aqui uma opinião limitada pelo tempo escasso.

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  4. Caros colegas, receio ter escolhido um mau momento para me apresentar, no auge de um debate tão acalorado acerca das eleições presidenciais. No entanto, dado que o assunto se reveste da maior importância, achei que devia participar!

    Como forma de introdução, apresento-me como um estudante do 12º ano de Ciências e Tecnologias, de 17 anos, residente em Lisboa. Apesar de a minha área de estudos ser outra, tenho bastante interesse pela política, por reconhecer a sua importância capital na organização de um país e a influência decisiva que exerce sobre todos os outros sectores da sociedade.

    Ao longo do tempo, dar-me-ei a conhecer melhor aos autores e comentadores. Para já, fica um agradecimento ao Pedro Pereira por me ter dirigido o convite para participar nesta iniciativa louvável.

    Passando ao assunto em análise, devo dizer que partilho as opiniões do João e do Pedro face à figura política de Cavaco Silva, não lhe reconhecendo as competências necessárias a desempenhar adequadamente as funções de Presidente da República e a responder aos problemas que se colocam actualmente a Portugal.

    Não concordo com o André quando afirma que Cavaco Silva sempre foi uma pessoa "credível e correcta". Penso que, de facto, o actual Presidente da República tem tentado deixar essa imagem perante as câmaras, sem no entanto o conseguir. Porquê? Por muitos motivos. Um deles será o tão discutido caso BPN, acerca do qual Cavaco Silva inicialmente não se pronunciou, remetendo os portugueses para o site da Presidência, apresentando posteriormente (e após um enorme esforço por parte de Judite de Sousa) as suas explicações acerca do caso, sempre de uma forma pouco clara, profundamente dúbia, nada credível.

    Além disso, no meu ponto de vista, um economista conceituado que se admite dependente das informações que lhe são fornecidas por parte de outrem acerca das contas do estado não pode ser credível. Um candidato que não se pronuncia quando questionado sobre de questões relevantes acerca do estado actual e futuro do país, também não.

    Em relação a Manuel Alegre, tenho perfeita consciência das suas ambições políticas e até de alguma vaidade evidenciada pelo candidato apoiado pelos dois principais partidos da esquerda em Portugal. De facto, considero o orgulho excessivo em si mesmo o seu maior defeito. Concordo mesmo, ainda que parcialmente, com o João quando ele fala numa sede de poder, impulsionada por essa sua faceta...

    No entanto, se analisarmos o passado biográfico e político de Manuel Alegre, verificamos que esse desejo de glória pessoal o tem impelido sempre para a actividade política, lutando activamente pelos princípios em que acredita, com a frontalidade que o Pedro referiu, sempre com resultados positivos para a democracia e a política nacional (não estou a dizer que as suas posições foram sempre as mais correctas).

    Transportando a constatação deste facto para a realidade das eleições presidenciais, julgo que Manuel Alegre tem sabido "canalizar" adequadamente essas energia que o caracteriza, fazendo uso das suas extraordinárias competências políticas em prol da nação e não do seu prestígio pessoal. A prova disso mesmo é o modo sério e realista como discute a situação socioeconómica do país e a notável tranquilidade que demonstra nos debates e entrevistas, mostrando uma racionalidade e autodomínio que o candidato Cavaco Silva, nitidamente, não tem (quando tenta disfarçar a sua irritação acaba por passar a imagem de uma raiva ainda maior).

    De salientar o ambiente saudável e salutar com que, até ao momento, pessoas com ideologias diferentes têm discutido os assuntos da política nacional! Faço votos para que o blog continue nesta linha positiva e espero participar com posts em breve!

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