"A Politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen" Winston Churchill

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

notas de uma eleição

cavaco ganhou. não ganhou como queria, com mais percentagem, com mais votos que há cinco anos, como é normal acontecer, mas cavaco ganhou. ganhou e fez o discurso de vitória mais miserável de que me lembro. vamos por partes. cavaco vai continuar a ser, porque 25% dos eleitores o quis, presidente da república, o mais alto cargo da nação, mas cavaco esqueceu que será o presidente de todos os portugueses, goste-se ou não. no seu discurso de vitória, cavaco deveria saudar os derrotados, o mínimo que deveria ter feito, mas deveria de ter um discurso pela positiva, um discurso de convergência, de união entre todos os portugueses, neste momento importante para o futuro do país. cavaco não o fez, porque continuou igual a ele mesmo. destilou veneno, ódio, vingança.
por um lado foi positivo, mostrou aquilo que podemos esperar dele neste segundo mandato.

outra nota importante é o valor absurdo de abstenção. 53%. uma única explicação. não havia candidatos que motivassem os eleitores a deslocarem-se à secção de voto.
claro que já se ouve falar na obrigatoriedade de votar, nem que seja por respeito a todos os que lutaram e sofreram por este direito. mas penso que eles também lutaram e sofreram pela minha liberdade de consciência, logo, não concordo com os que defendem tal medida. desde que me foi permitido, eu nunca faltei a uma eleição, e espero sempre participar, mas torná-la obrigatória acho um abuso.

uma das grandes surpresas da noite. coelho, aquele a quem chamam o tiririca da madeira. este candidato representa o melhor e o pior de uma única realidade, a democracia. é bom surgir alguém que rompa com os poderes instalados, alguém descomprometido, que tem a liberdade para dizer tudo o que lhe apetece, mas o candidato madeirense serviu também para contribuir para a descredibilização da política, algo em que a madeira é fértil, pelo que me parece.

2 comentários:

  1. Discordo contigo quando falas do discurso de Cavaco, pois ele saudou os derrotados, e deu bem a entender qual o lugar do PSD após esta eleição, e o que ele pretende para o futuro! Não destilou vingança! Desafiou os jovens e defendeu o Estado Social!

    Quanto à abstenção concordo contigo no 2º aspecto, mas no 1º respondo-te com o último paragrafo, não precisam ser todos assim para as pessoas perderem a vontade de votar...

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  2. caro andré,
    não vou garantir que ele não cumprimentou os adversários. eu não vi e mais pessoas o comentaram, mas não afirmo categoricamente.
    reitero o adjectivo de miserável para o discurso de cavaco, só igualado na noite de ontem pelo do bloco e pelo de portas. nunca quis falar do caso bpn e ontem, num dia em que devia unir veio para ali criticar, afirmar-se superior a tudo e a todos, inclusivé a própria justiça? não tem um discurso de estadista, nunca teve..

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