"A Politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen" Winston Churchill

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Responsabilidade!

Constituição da República Portuguesa
Artigo 48º
2. Todos os cidadãos têm o direito de ser esclarecidos objectivamente sobre actos do Estado e demais entidades públicas e de ser informados pelo Governo e outras autoridades acerca da gestão dos assuntos públicos.

Artigo 49º
1. Têm direito de sufrágio todos os cidadãos maiores de dezoito anos, ressalvadas as incapacidades previstas na lei geral.
2. O exercício do direito de sufrágio é pessoal e constitui um dever cívico.

Passou já uma semana desde as eleições presidenciais, e após a violação do artigo 49º, estou a ver violado também o artigo 48º! Será que estão a dar tempo para que o povo se esqueça? Na minha humilde opinião essas cerca de 43 mil pessoas não irão esquecer tão cedo, e irão reivindicar os seus direitos...
Desde então, muito se fala na demissão ou em responsabilidade política ao Ministro da Administração Interna Rui Pereira. Um gesto de incompetência, que impediu muitos de votar, e defendido pelo governo aos ataques da oposição, chamando a isso populismo...
A meu ver, este erro, não pode passar impune, um acto que descredibiliza cada vez mais a política aos olhos da população, muito mais grave que os corninhos de Manuel Pinho.
Um homem que não consegue fazer o seu trabalho, não deve continuar, ainda para mais tratando-se do que se trata!
Se foi herói na Cimeira da Nato, por nada ter acontecido de mal (excepto uns milhões em blindados), agora tem de ser vilão! Um homem não pode por em causa a democracia de um país e sair impune!
Alguém que faz da nossa democracia, uma má democracia, como disse Cavaco Silva "A qualidade da nossa democracia também se constrói criando condições para o exercício efectivo do direito de voto."
Após o director-geral da Administração Interna, Paulo Machado, e o director-geral da Administração Eleitoral, Jorge Miguéis, terem apresentado a demissão, algo tem de ser feito a quem manda... Ou saem todos, ou não sai nenhum, o trabalho não é feito só por alguns... Ou é?

Para mim as desculpas não se pedem, evitam-se!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A minha análise sobre a Eleição Presidencial

Este texto foi publicado originalmente no meu blog pessoal, Nódoa Offline, mas dado o impacto que teve, decidi partilhá-lo também aqui, com o intuito de ser lido por mais pessoas.

O meu envolvimento nesta campanha eleitoral foi-me dando alguma confiança num resultado diferente do que ontem registámos. No entanto, horas antes de serem conhecidas as primeiras projecções, respondendo a alguns amigos, contive-me: "É muito difícil...". Isto porque os portugueses não ligaram a estas eleições - e não me refiro apenas aos 53% de abstenção, mas sim a todas as semanas de campanha que a antecederam.

O típico preconceito português de dar um valor desmedido à primeira impressão que sobre uma pessoa (candidato) cria e de, a partir daí, não mais mudar de opinião, ficando indiferente a novos factos e dados, fez com que a campanha eleitoral não servisse de muito. Por outro lado, os poucos que acompanharam esta campanha "por fora", ou seja, à espera de encontrar um candidato no qual se revissem, sentiram-se desiludidos e com pouca vontade de ir votar.

Eu não acho, como muitos analistas e políticos disseram, que a campanha foi má. Também se discutiram projectos, linhas, competências. Mas não foi essa a imagem que passou ao país, aos portugueses que confiam a informação aos telejornais. A comunicação social promove casos; as audiências disparam; a comunicação social rejubila e continua. Não é assim que se deve fazer, mas é o que, infelizmente, acontece.

Refiro-me, por exemplo, a Manuel Alegre, pois estive presente em alguns comícios, ouvi alguns discursos na íntrega e pude comparar o desfasamento entre o que que foi dito e os pontos que foram aproveitados e destacados pela imprensa, daí ter ficado plenamente consicente do prejuízo que a comunicação de massas trouxe a esta eleição. É certo que existem espaços de debate em canais por cabo como a SIC Notícias e a RTP N ou, também, colunas de jornais com letra miudinha. O problema é que esses espaços são ignorados pela esmagadora maioria da população, convenhamos.


53% de abstenção

Não creio que esta elevada taxa de abstenção tire legitimidade ao Presidente eleito. Tira, sim, legitimidade de protesto aos que não foram às urnas.

Há um número particularmente interessante: os votos em branco. Respeito aqueles que se deslocaram às urnas para mostrar claramente que não queriam decidir. Contudo, penso que há que ser calculista - votar em branco, nulo ou não votar é, em termos práticos, manter a mesma pessoa no cargo.

Queixar-se, por si só, que "os políticos são todos uma vergonha" não chega. A intervenção cívica é uma expressão muito bonita para se dizer no Domingo de eleições, mas não tem sido uma realidade. Aqueles que acham que renovar as pessoas que fazem política, apostanto e projectando novas caras, não passa de um cliché, estão, acredito, muito enganados. Para além disso, os políticos "não são todos iguais" e essa generalização parte, na grande maioria dos casos, por falta de interesse em estabelecer as comparações. Ou, reitero, poucos meios (a população não tem culpa de estar mal informada).

Em todo o caso, o fraco envolvimento do povo e a resignação só dão cada vez mais poder aos políticos, quando o objectivo seria precisamente o inverso.



Mau resultado de Alegre

Esta derrota explica-se, na minha opinião, por dois motivos:

Em primeiro lugar, não conseguiu captar os chamados "eleitores flutuantes". Estes, muito devido ao ódio que se multiplicou sobre Manuel Alegre, por nunca ter sido uma pessoa de conveniências, a) votaram em Cavaco Silva, pois não se aperceberam dos erros gravíssimos que cometeu neste mandato e poderão ter decido em função do descontentamento que sentem em relação ao governo, esperançados que o candidato de direita apresse a dissolução do parlamento; b) votaram nas candidaturas que estão na moda (a independência e o apartidarismo de Fernando Nobre, que lhe conferem o descomprometido e confortável estatuto de outsider, e a ridicularização da política portuguesa, mostrando sem reservas e de forma caricatural os podres da democracia, feita por José Coelho que, aliás, foi um substituto à altura do Candidato Vieira) e c) não foram, pura e simplesmente votar. Obviamente que, face aos resultados, c) e a) foram, respectivamente, as situações mais repetidas.


Em segundo lugar, muitos militantes do Partido Socialista não apoiaram Manuel Alegre. Vários motivos: uns pensam que, há 5 anos, este "traiu" o partido e a candidatura de Mário Soares; outros acham que as divergências com as decisões do PS nos últimos anos constituiram um desrespeito ao partido.

Quanto à eleição de há 5 anos, penso que o Partido Socialista foi "obrigado" a apoiar Mário Soares, pois, sendo este um dos maiores ícones da história do partido, e decidida a sua candidatura, uma recusa de apoio por parte do PS seria um total absurdo. No entanto, era Soares quem devia ter tido a noção de que teria muito mais a ganhar se se tivesse afastado daquela eleição.

As divergências de Manuel Alegre com o Partido Socialista são públicas. E foi esse o grande problema. As divergências resolvem-se internamente, transparecendo, em qualquer circunstância, uma imagem de união. No entanto, Manuel Alegre colocou a sua individualidade à frente do rumo do partido várias vezes. E não é necessariamente mau. Em Portugal, criou-se uma grande ideia de honra para aqueles que se mantêm (aparentemente) incondicionalmente apoiantes de todas as decisões do partido a que pertencem, mas, na verdade, isso é pouco mais do que covardia. Os militantes devem pensar individualmente (em prol do partido, é claro) e não agir como rebanhos, acríticos, hipócritas - têm sido esses os grandes responsáveis pelas "máquinas" políticas com pouco valor. Aparecer uma voz discordante estimula, enobrece a discussão. Se houvesse mais figuras políticas como Manuel Alegre a democracia respiraria mais saúde. Com sucessivas conveniências se traça o caminho mais fácil, mas não o mais acertado, creio.

O facto de Manuel Alegre divergir muitas vezes, sem receios, das opções do partido deveria ser um ponto a seu favor, aos olhos dos indecisos: seria um Presidente verdadeiramente suprapartidário. Imparical? Como assim? Clarificou bem aquilo por que ia lutar: Estado Social. E tenho a certeza que não foi por isso que perdeu votos. Ou melhor, acho que não registou mais votos porque esse seu compromisso (aliás, toda uma questão que envolve a chegada do PSD e do seu programa ao governo e a complacência - ou, pelo menos, a incógnita, visto que não tomou uma posição clara - de Cavaco Silva) não teve o destaque que merecia: era, precisamente, o tema que tornava estas eleições tão importantes. A mensagem não passou.


Os discursos pós-resultados

Tive oportunidade de ouvir Paulo Portas, Fernando Nobre, José Sócrates, Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva.

Paulo Portas foi o primeiro a comentar a vitória de Cavaco e, também, o mais precipitado. Foi sobre a questão partidária que mais incidiu o discurso, o que não é de admirar, uma vez que o Prof. Cavaco Silva nada lhe diz e o seu grande interesse era uma aproximação ao PSD (ver mais).

Fernando Nobre obteve um bom resultado mas não o suficiente para se considerar o grande vencedor da noite. Fala em "vitória da cidadania" numa eleição em que a abstenção atinge os 53%. Em 2006, também a candidatura de Alegre era independente, e conseguiu uma percentagem bem superior à registada por Fernando Nobre (acima dos 20%). É mau quando reclama uma vitória da cidadania activa, insinuando que pertencer a um partido não o é. Para além disso, expressou claramente o objectivo de chegar à 2ª volta. Não o tendo concretizado, ficava-lhe bem mais modéstia. Fernando Nobre vai-se recandidatar. É uma pena, pois acho que, ao se envolver e ganhar experiência política, está a desperdiçar esforços que teriam mais utilidade na sua acção na AMI.


José Sócrates foi inteligentíssimo na dupla função de Secretário-Geral do PS e Primeiro-Ministro, aceitando a vitória de Cavaco Silva (é com ele que vai ter que contar, de pouco vale criticá-lo) mas sem deixar de referir que o PS esteve ao lado de Manuel Alegre. Aliás, Sócrates interviu na sua campanha, em Castelo Branco e em Águeda. Os socialistas poderão não ter estado ao lado de Alegre, mas a estrutura, grande parte dos mais importantes dirigentes do partido, José Sócrates em particular, estiveram. De pouco serviria não aceitar a vitória de Cavaco. Destaque ainda para a primeira frase do seu discurso, que provocou más interpretações ("os portugueses optaram pela continuidade e pela estabilidade política"): Sócrates não acha que a reeleição de Cavaco é benéfica, apenas analisou aquilo que a maioria dos portugueses achou e, como Primeiro-Ministro, deve ser (como tem sido) o primeiro a defender a estabilidade.


Pedro Passos Coelho revelou muita astúcia e percebe, como homem de discursos que cativam, que não poderia anunciar aquilo que, no fundo, pensa. Foi um fácil discurso de vitorioso, com o mérito da falta de arrogância, e exprimindo de forma simples que o PSD se empenhou no apoio a um candidato e esse candidato foi eleito. Se associasse a reeleição de Cavaco a uma maior probabilidade de o PSD chegar ao governo nos próximos meses, saberia que seria tremendamente criticado e sairia prejudicado. Assim, sai da noite eleitoral como uma pessoa sensata e marca a diferença em relação a, por exemplo, Paulo Portas.


Manuel Alegre assume-se como derrotado, naturalmente, e é igual a si mesmo: frontal. Agradece a todos os que o apoiaram e eu agradeço por se ter assumido nesta luta, nesta causa. Esta frase merece ser registada: "Nem sempre estivemos de acordo, mas a força da democracia e a força do Partido Socialista são isso mesmo: diversidade e pluralismo."

Sabe perder. Aliás, na democracia está-se sujeito à derrota, e não há quem mais tenha respeitado a democracia que Alegre.



Cavaco Silva... Cavaco Silva teve um discurso pouco mais que miserável. Quanto à anunciada magistratura activa, foi muito vago, sem conteúdo e populista. Ainda ninguém percebeu o que Cavaco quer dizer quando refere a educação para todos, combate ao desemprego, a contenção do endividamento externo e o reforço da competitividade das empresas. Só apetece fazer duas perguntas, depois de um discurso tão superficial nesta matéria: "Como? Através do quê?". Basicamente, Cavaco Silva tem sido assim: exulta chavões mas escapa a perguntas como "Qual a sua opinião sobre o SNS, a Escola Pública e a Segurança Social?" e contradiz-se, sucessivamente, quanto à dissolução, ou não [em que circunstâncias], da Assembleia da República.


Quando prometeu uma "cooperação leal" com o Governo, lembrei-me do caso das escutas a Belém, uma artimanha do Presidente da República em plena campanha para as Legislativas, em 2009. Espero que a definição de "cooperação leal" não corresponda, para Cavaco, a traições institucionais como aquela a que todos assistimos, mas que, pelos vistos, passou incólume.


Por último, a "campanha de calúnias, mentiras e insinuações" de que fala Cavaco: mais uma vez, coloca-se acima do escrutínio dos portugueses e não nos esclarece quanto ao envolvimento em casos de que é acusado. Não são calúnias, são factos. Provados. É assim que Cavaco Silva vai passando por cima da verdade, com o consentimento de muitos sociais-democratas que seguem sem questionar o candidato do seu partido e milhares de portugueses, maioritariamente idosos, que reflectem um país pouco informado, que, num acto eleitoral, tem pouco discernimento e escolhe emocionalmente (carisma de Cavaco) e não racionalmente (análise dos factos). Quando Cavaco Silva diz que é sério e, ao mesmo tempo, se escusa aos esclarecimentos, está a tratar por parvos todos aqueles que o continuam a endeusar.


O seu discurso não foi para todos os portugueses, mas sim para os que o apoiaram. Não é por ter ganho as eleições que a verdade deixa de lhe ser exigida.



Surpresa na Madeira e sucessão no PCP

O resultado que Coelho atingiu na Madeira pode antever uma disputa histórica entre o literalmente enraizado João Jardim e o novo fenómeno de popularidade. Ainda não sei bem o que pode a Madeira ganhar ou perder, mas é, de facto, uma situação a ter em conta.


Francisco Lopes partiu quase "do zero" e obteve uma votação "sólida". Ganha força o sucessor de Jerónimo de Sousa e Ricardo Araújo Pereira, bem, é pronto a "dar a mão à palmatória".



Futuro de Portugal

O futuro parece-me simples: só haverá possibilidade de o Presidente da República antecipar eleições se Portugal não se "safar" do FMI. Caso contrário, acho que o governo tem todas as condições para concluir o mandato. O problema é que Portugal anda a duas velocidades e a oposição não se preocupa com o bem comum, mas sim com os seus botões. Ou seja, a vinda do FMI, tremendamente má para Portugal e para os portugueses, parece ser uma prioridade de partidos como o PSD. É hora de puxar por Portugal, mas não pode ser só o governo e uma fatia dos empresários em Portugal a remar. Devemos ser o único país onde uma boa notícia se tenta ocultar e não siginifica contentamento para todos os portugueses. Aliás, é isso que nos faz mais pequenos.

notas de uma eleição

cavaco ganhou. não ganhou como queria, com mais percentagem, com mais votos que há cinco anos, como é normal acontecer, mas cavaco ganhou. ganhou e fez o discurso de vitória mais miserável de que me lembro. vamos por partes. cavaco vai continuar a ser, porque 25% dos eleitores o quis, presidente da república, o mais alto cargo da nação, mas cavaco esqueceu que será o presidente de todos os portugueses, goste-se ou não. no seu discurso de vitória, cavaco deveria saudar os derrotados, o mínimo que deveria ter feito, mas deveria de ter um discurso pela positiva, um discurso de convergência, de união entre todos os portugueses, neste momento importante para o futuro do país. cavaco não o fez, porque continuou igual a ele mesmo. destilou veneno, ódio, vingança.
por um lado foi positivo, mostrou aquilo que podemos esperar dele neste segundo mandato.

outra nota importante é o valor absurdo de abstenção. 53%. uma única explicação. não havia candidatos que motivassem os eleitores a deslocarem-se à secção de voto.
claro que já se ouve falar na obrigatoriedade de votar, nem que seja por respeito a todos os que lutaram e sofreram por este direito. mas penso que eles também lutaram e sofreram pela minha liberdade de consciência, logo, não concordo com os que defendem tal medida. desde que me foi permitido, eu nunca faltei a uma eleição, e espero sempre participar, mas torná-la obrigatória acho um abuso.

uma das grandes surpresas da noite. coelho, aquele a quem chamam o tiririca da madeira. este candidato representa o melhor e o pior de uma única realidade, a democracia. é bom surgir alguém que rompa com os poderes instalados, alguém descomprometido, que tem a liberdade para dizer tudo o que lhe apetece, mas o candidato madeirense serviu também para contribuir para a descredibilização da política, algo em que a madeira é fértil, pelo que me parece.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

as ideologias ainda fazem sentido?

compreendo a importância das eleições presidenciais para o futuro do país. está muito mais em jogo que a eleição de um presidente. mas a esse assunto voltarei posteriormente.
cavaco silva (não tem nada a ver com presidenciais) disse há cerca de cinco anos, numa cerimónia pública que "pessoas inteligentes, com a mesma informação, chegam às mesmas conclusões". cavaco silva defende aquilo que vários autores, como daniel bell ou francis fukuyama, vêm dizer há algumas décadas, que a ideologia deixou de fazer sentido.
daniel bell,cientista político no seu famoso ensaio "o fim da ideologia", considerava que "há no mundo ocidental, um certo consenso entre os intelectuais a respeito dos problemas políticos: a aceitação do estado assistencial, a preferência pela descentralização do poder, e pelo sistema de Economia mista e de pluralismo político. neste sentido também se pode dizer que a era da ideologia terminou". ou seja, não se fale em comunismo, socialismo, liberalismo. nos grandes temas, nos temas importantes, há uma concordância absoluta.
fukuyama concorda. no seu mais famosos livro "o fim da história e o último homem", o politólogo refere que após o fim da guerra fria assistiu-se à vitória do capitalismo e da democracia liberal deslegitimando quaisquer alternativas.
esta é a base para a discussão. será que como defendem estes dois autores contemporâneos chegámos ao fim da política? que em questões basilares temos todos a mesma opinião?
haverá assim tantas diferenças entre os dois partidos do arco do poder em portugal? ficam estas questões. no fim, se alguém der a sua opinião sobre isto, eu darei a minha.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Um verdadeiro troca tintas!

Manuel Alegre é o verdadeiro troca tintas!
Este candidato, apoiado por PS/BE/PCTP-MRPP, que já anda em campanha desde fins de 2009, podia andar mais bem preparado nos seu discursos, pois incoerências como esta, já se estão a tornar uma constante!

Quando a 23 de Janeiro de 2010 diz que: se recusa a ser visto como “o” candidato do Bloco de Esquerda: “As pontes que possa ter estabelecido com outros sectores de esquerda não legitimam ninguém a dizer que sou um candidato do Bloco. Não sou. E se a minha candidatura vier a concretizar-se será uma candidatura nacional, com uma grande marca de independência mas historicamente enraizada no PS”, afirma, numa declaração ao Expresso. Estaria consciente que seriam os bloquistas, neste momento, o seu maior apoio? Pobre e mal agradecido, digo eu...

"Não serei candidato em nome de nenhum partido. Serei candidato por Portugal "31.01.2010

"Vivemos uma grave crise nacional agravada por uma crise mundial sem paralelo. O Presidente da República tem alertado para os riscos do endividamento do Estado, tem criticado os investimentos públicos programados pelo Governo e tem apontado até o risco de uma situação explosiva. Mas há algo que não tem sido dito e é tempo de dizer.
O endividamento não é só do Estado nem só da esfera pública. É também da Banca, das empresas e das famílias que foram aliciadas e induzidas, por formas muitas vezes agressivas, a recorrerem ao crédito e a consumirem. A solução para o endividamento exige mudanças comportamentais de todos e não apenas do Estado.
Dito isto, é óbvio que, numa primeira fase, é preciso conter o crescimento da dívida e, numa segunda, diminui-lo. Tal não significa cortar o investimento público, nem abdicar do papel do Estado no estímulo ao crescimento económico e no combate ao desemprego."

Pergunto então: Terá este senhor esquecido o bem nacional? Vejo-o claramente a fazer de tudo para não se afastar do seu PS, tentando ao máximo não criticar as suas medidas, mesmo depois de tudo o que vemos que por ele foi dito à um ano quanto à divida pública...
E quando diz que o actual PR não se manifesta, e tem sido um presidente mudo, esquece-se do que disse à um ano sobre os avisos que o PR na altura tinha feito? Pelos vistos não é assim tão mudo!

Quando o vemos propor ao PR para suspender campanha para procurar estabilizar os mercados, esquece-se de à 5 anos, não a ter suspendido, nem para votar o OE2006?

E que dizemos de um candidato a um cargo, para o qual lança ameaças, e que vemos desconhecer completamente as suas limitações?(artigo 286º)

Um candidato que lança polémicas, quando sofre do mesmo mal, não é de pessoa séria...
Comigo o futuro PR é impossível ser Alegre...

sábado, 15 de janeiro de 2011

é preciso não ter vergonha na cara...

... para se acabar com a nossa frota pesqueira e vir agora defender a urgência de um ministério do mar, assim como "negociou com a então Comunidade Económica Europeia o suicídio da agricultura portuguesa, a perda das quotas de produção de tomate, o pagamento de verbas para abater oliveiras, vinhas e pomares, sob o argumento que os outros países europeus produziam mais barato e que era melhor comprarmos lá fora",aparecendo agora armado em agricultor de fim-de-semana e tecer louvores aos agricultores portugueses. enfim, já nada me surpreende, sem ser a memória curta dos portugueses.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Abstenção, não! Votemos, pela democracia!


Embora me tenha dado a conhecer na sequência de um comentário a um post anterior, penso que seria mais conveniente formalizar aqui, em traços gerais, essa minha apresentação. Tenho 17 anos, vivo em Lisboa e estudo no 12º ano do Curso de Ciências e Tecnologias. Agradeço a todos a oportunidade de participar nesta iniciativa, mais concretamente ao Pedro Pereira, pelo convite que me endereçou. Espero poder contribuir para que o blogue se torne um projecto de sucesso!

Num momento em que a crise económica e as Eleições Presidenciais de 2011 dominam a comunicação social, falarei um pouco acerca do segundo tema, mas de uma perspectiva diferente da habitual, incidindo sobre a abstenção, assunto que analisarei da forma mais imparcial possível.

Tomando por base escrutínios anteriores, parecem-me existir diversos motivos para os eleitores se absterem, desde uma impossibilidade ou inconveniência associada ao exercício desse direito até um descontentamento face às opções disponíveis ou mesmo à política em geral. De uma maneira ou de outra, julgo ser evidente o desinteresse dos eleitores em participar na eleição. Incluo aqui a primeira situação porque, em caso de impossibilidade de votar no dia, existem sempre outras maneiras de participar na votação, recorrendo ao voto por antecipação (salvo se surgir, no próprio dia, um imprevisto altamente impeditivo).

Mesmo assumindo que os eleitores não se identificam com as atitudes e propostas dos candidatos, não os considerando aptos para o desempenho das funções de um chefe de estado e criticando a sua actuação, não me parece que a fuga às urnas seja uma atitude correcta da sua parte. Se, efectivamente, se sentem frustrados face à actual situação da política portuguesa, os cidadãos devem fazer uso do voto como via de participação cívica, de modo a intervirem na tomada de decisões, contribuindo para uma mudança geradora de um Portugal mais próspero no futuro.

Sei que votar se trata apenas de um pequeno passo, com um impacto limitado à escala nacional, mas ainda assim não deve ser desprezado, por constituir um momento crucial de exercício da cidadania, em que muitos portugueses, sem vida política activa, sumariam toda a sua participação cívica numa tomada de decisão colectiva. De resto, a escolha do próximo Presidente da República depende do somatório de todos esses gestos individuais de cada eleitor, pelo que todos os eleitores influenciam os resultados!

Jamais existirão candidatos perfeitos, não sendo estas eleições uma excepção, dado que todas as figuras políticas apresentam os seus aspectos negativos. Porém, mais grave do que a incompetência dos candidatos, surge a incompetência dos eleitores, sobretudo a daqueles que se abstêm: a suma irresponsabilidade está em relegar as decisões deste relevo para os outros.

Assim, censuro vivamente a abstenção como uma atitude que preconiza um afastamento das pessoas em relação à política, não se coaduna com o ideal democrático em que assenta o nosso regime administrativo. Se vivemos num estado livre, que confere aos cidadãos tanto o direito ao voto como o direito a prescindir dele, também devemos estar cientes de que a liberdade coloca sobre nós o peso da responsabilidade, traduzido num conjunto de deveres individuais, entre os quais a participação política. Esta intervenção cívica dos cidadãos suporta a democracia.

Em jeito de conclusão, queria deixar aqui o apelo ao voto nas próximas eleições presidenciais, para que a abstenção não atinja as proporções de outras ocasiões. Com a iniciativa de todos, podemos reduzir a abstenção em relação aos 38,55% de 2006, na luta por uma sociedade mais democrática, mais interventiva e mais consciente da importância de uma eleição presidencial.

Afinal, está em causa a eleição do próximo Presidente da República de Portugal, cujas competências políticas serão severamente avaliadas nos próximos 5 anos, durante os quais se exigirá uma atitude firme da sua parte, participando activamente na política. Um presidente de quem se espera a capacidade de agir como um mediador político e social, que lute pelo bom funcionamento da democracia e assegure apoio do estado a todos os sectores da sociedade, além de erguer a voz em defesa dos direitos de Portugal no panorama internacional. Votemos!

Muito Importante: De salientar que os votos nulos, assim como os votos brancos, não serão contabilizados nas eleições presidenciais, tendo os mesmos efeitos práticos que a abstenção. Deste modo, os votos validamente expressos são os únicos com influência no apuramento dos resultados, o que se torna realmente imprescindível o voto num dos 6 candidatos, que constitui a única forma de os portugueses demonstrarem a sua preocupação e interesse face à política nacional e a esta eleição presidencial.

Em 2006, se os votos brancos ou nulos tivessem sido contabilizados teria havido uma segunda volta nas eleições presidenciais.

Nota: O quadro com os resultados das Eleições Presidenciais de 2006 foi-me gentilmente cedido pelo Pedro Pereira, a quem muito agradeço pelo seu comentário.

será inevitável?

esta é a segunda vez que participo num blog colectivo, algo que me agrada bastante, uma vez que, sempre considerei o debate de ideias, desde que feito com algum nível, algo extremamente enriquecedor. "fanático é quem não pode mudar de ideia e não quer mudar de assunto", esta frase de churchill deve ser tida em conta por todos os membros deste blog, porque só os muito pouco inteligentes não mudam de opinião.
chamo-me valter marques, tenho 24 anos, exerço o cargo de presidente de junta de freguesia de penhascoso, licenciado em comunicação social e frequento o mestrado de ciência política e relações internacionais, na universidade nova de lisboa.
estamos em plena campanha presidencial, de umas eleições que têm como grande questão saber se cavaco irá vencer à primeira volta, ou teremos uma segunda volta, onde aí as coisas serão discutidas taco a taco.
não sou daqueles que pensam que se cavaco não ganhar à primeira volta seria estar a adiar o inevitável. além de ser uma ideia muito pouco democrática, penso que a direita iria tremer bastante ao ver o seu imaculado candidato outra vez a votos. recordam-se da eleição freitas/soares?
mas hoje apetecia-me falar de cavaco. do cavaco que nunca tem dúvidas e raramente se engana. o senhor tem referido várias vezes que ele deve ser de novo eleito porque estamos a viver tempos conturbados e que "este não é tempo para experiências", uma vez que, o actual presidente da república é um economista bastante competente, logo nestes tempos mais difíceis é importante ter como chefe de estado uma intelligentsia em economia. não ponho em questão a credibilidade académica do senhor, os seus conhecimentos nessa área, mas pensem comigo, não foi ele que ocupava o lugar de chefe de estado, quando surgiu esta crise que arrasou a economia ocidental, nesta crise que destruiu milhões de empregos? de que nos valeu então a nós ter como presidente da república um supra sumo da economia? zero. cavaco silva tem que entender uma coisa muito simples. ele não governa (embora neste momento seja o líder da oposição, dessa oposição que não vence nas urnas e espera ansiosamente a entrada do FMI, como tábua de salvação do fosso em que se encontra, desde que esse senhor deixou a liderança do psd).
cavaco devia falar mais aos portugueses, a verdade que tanto apregoa nos outros, mas que não usa em sua própria casa. cavaco não comenta, não reage, é uma múmia, um túmulo. não gosto de ataques políticos, confundindo-os com ataques pessoais (recordo o caso edite estrela e não o bpn), nao gosto nada desta coisa chamada democracia, em que alguém é eleito e parece que não tem que responder perante o povo. é uma maçada, todos o sabemos, mas é assim a vida. cavaco pode ser eleito à primeira volta, mas isso acontece apenas por uma razão, porque estamos em portugal, um país de brandos costumes. ahh.. e não me venham falar em credibilidade e honestidade, para isso tenho o sócrates, que viu a sua vida virada do avesso, vasculhada até ao tutano e nunca se descobriu nada. pode ser também por vivermos em portugal, mas ele enfrenta, esclarece, expõe. meus amigos, só assim se descobre a verdade. cavaco tem muito a esconder e não deve ser só porque se é experiente numa matéria que se deve ser eleito presidente da república. ainda não lhe ouvi uma ideia (posso andar distraído), mas as pessoas não comem números. lembrem-se disso.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cavaco vs Cavaco

Pedro Pereira, 17 anos, Estudante no 12º ano no curso de Ciências Socioeconómicas.
O meu blog pessoal e o perfil no Facebook.
Agradeço o convite do André Serras e deixo votos de uma boa e enriquecedora experiência neste blog político plural.




Durante os últimos dias de campanha, e atendendo às recentes notícias sobre a dívida pública portuguesa, têm-me consternado as últimas posições do actual Presidente da República e candidato Cavaco Silva.

Por um lado, como Presidente da República, reage com uma aparente postura amenizadora, referindo que "não se deve especular sobre a vinda do FMI", promovendo, supostamente, a estabilidade governativa do país, imprescindível para seguir em frente com os progressos atingidos esta semana; poucas horas depois, na "pele" de candidato e social-democrata, anuncia uma imimente crise politica.

A atitude isenta e impulsionadora do país é tentada, mas sem grande sucesso, uma vez que logo a seguir vem ao de cima um Cavaco Silva preocupado em reunir votos e não em defender Portugal.
Neste momento, mais precisamente esta semana, aliados às boas notícias, precisamos de sinais de confiança. E, desta forma, culparei Cavaco pela próxima subida (espero que não aconteça) dos juros da nossa dívida.

A título de lançamento do debate, deixo a questão: será a entrada do FMI em Portugal uma forma de a direita subscrever políticas que apoia, mas que não tem coragem de assumir em seu nome?Até que ponto será a entrada em Portugal do FMI vantajosa para os portugueses?

Eleições Presidenciais

É com enorme prazer que inauguro este espaço, que tem como objectivo, mais do que uma luta entre a esquerda e a direita políticas, um espaço de debate político sobre os acontecimentos mais importantes da actualidade política, onde para além de aproveitarmos para expressar opiniões, poderemos também aproveitar para nos cultivarmos um pouco mais com a participação de todos!

Para post de abertura, como não poderia deixar de ser, escolhi as eleições presidenciais que estão aí à porta, e queria lançar as seguintes questões:

-Será esta luta entre Cavaco Silva Vs. Manuel Alegre Vs. “Resto do Mundo” benéfica para a situação actual do país, quando inúmeras questões sobre o passado e a credibilidade do actual PR são levantadas? Estará este esquema político a ter sucesso?

-Haverá esperança numa segunda volta para a esquerda?

-A candidatura de Manuel Alegre apoiada por BE e PS, terá sido uma desvantagem para o mesmo?

-Será eticamente correcto, alguns candidatos levarem os jornalistas atrás de si, até creches e centros de deficientes, quando estes nem sequer votam, apenas para tentar apelar à sensibilidade social?

Bem poderia ficar aqui a questionar cada momento desta campanha, e destes candidatos, mas deixo-o para nós…


André Serras