"A Politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen" Winston Churchill

domingo, 22 de maio de 2011

"Campanha" do PS

A verdadeira campanha só agora começou, mas o seu retrato não deverá ser muito diferente do que tem sido até agora...
O PS tem optado pela estratégia da vitimização, onde a culpa é da crise internacional, do chumbo do PEC IV, da oposição, das novas metodologias do Eurostat e do INE, onde a culpa só não é de que Governou!
O PS esteve com a Troika, tal como, todos os partidos responsáveis em Portugal, e assinaram um acordo, claro está que o programa do PS e de qualquer um desses partidos deveria ser baseado nesse acordo, e no PS isso não acontece... Vivemos mais um período de promessas que não vão ser cumpridas caso este governo seja reeleito.
E quem ainda se lembra da tolerância de ponto absolutamente ridícula dada na tarde de 5ª feira aos funcionários públicos antes da páscoa, na caça ao voto?
Por falar em promessas não cumpridas, o PS disse que não ia colocar outdoors, mas ao ver as últimas sondagens, mudou de ideias, e decidiu dizer que afinal não tinha prometido nada...
E mais recentemente, hoje, sai uma notícia, que faz lembrar os comícios do PS em Castelo Branco onde vão buscar idosos com função de figurantes, agora optaram por indianos e paquistaneses, que nem sequer podem votar, o que a ser verdade é muito mau! Quanto a mim o dinheiro da campanha serve para esclarecer os portugueses das ideias de cada um, de modo a haver um critério de escolha, pois essa campanha é paga pelos contribuintes, e acaba a ser gasto em fantochadas, é algo que não posso concordar...
Mas será esta a campanha de alguém que já se adivinha batido?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Falha de comunicação

Antes de dar a minha primeira opinião no blog, quero endereçar um agradecimento especial pelo privilégio que é poder escrever aqui. Sinto-me bastante lisonjeado!

Como primeira publicação venho expressar o que me parece ser uma falha de comunicação existente no PSD actual. Incrivelmente, a meu ver, é o PSD que tem sido mais atacado pelo PS na corrida para estas eleições. Sócrates acusa Passos Coelho mais que o inverso. Sócrates definiu uma estratégia de medo à caça do voto (infelizmente, parece estar a resultar). Ele afirma que o país vai perder a escola pública, a saúde pública e a segurança social pública com Passos no poder. Isto é verdade? Não. Está a ser explicado pelo PSD? Não. Aí reside o problema. O PSD tem que se defender e fazer perceber a realidade do programa porque isto é possível de se explicar. O programa é duro, é corajoso, sim... (mais uma razão para as intenções de voto virem a cair) mas se o PSD não for perspicaz e oportuno a mostrar a realidade do programa e o porquê de assim ser arrisca-se seriamente a perder estas eleições importantíssimas para o país e até mesmo para o partido, porque se não as vencer estamos perante um cenário desastroso no PSD (e, a meu ver, no país).
Outra falha do PSD (que nem sei se se deve chamar falha, porque quem falha é Sócrates por mentir) é sobre a Taxa Social Única. O PS não queria meter no acordo a TSU ao contrário do PSD. A verdade é que no acordo está a TSU que Sócrates sempre foi contra. Até no debate com Louçã tentou iludir e fugiu, penso que, duas vezes ao confronto sobre esse tema. Verdade é que está mesmo e é uma das medidas fundamentais. Aqui o PSD peca por não ter, ainda, atacado o PS com isto. Há que saber ser esperto numa altura destas. Neste momento qualquer erro, contradição ou mentira podem dar votos.
Aqui, essencialmente, recaem as principais razões para o PSD estar a cair nas intenções de voto dos portugueses (principalmente na semana que passou). É algo que tem de mudar rapidamente porque as eleições, não tarda, estão à porta e Passos Coelho arrisca-se a ficar numa situação bastante delicada e com o futuro comprometido, o que não é nada bom de pensar.

Para terminar quero agradecer, mais uma vez, pela oportunidade de aqui escrever, especialmente ao André Serras que me fez o convite. Despeço-me com a promessa que mais publicações virão. Um abraço!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Obrigadinho!

Pelos vistos o Primeiro Ministro conseguiu um bom acordo com a troika (vá-se lá querer saber porque é que tivemos de o fazer), e gostei particularmente da forma como ele o disse, enunciando aquilo que não vai acontecer, pois apesar de a gente ainda não sabermos o plano, as medidas deviam superar o tempo de intervalo do Real Madrid, e nós não queremos isso!

Mas pelos vistos temos um tão bom acordo que:"A actividade económica portuguesa vai cair 2% este ano. Uma recessão bastante mais grave do que a prevista pelo Governo no PEC IV e que era de 0,9%" E antes que venham dizer que a culpa é do PEC IV chumbado, "No PEC IV o Executivo apontava para uma recessão de apenas 0,9%, previsão que na altura foi contrariada pela Comissão e pelo FMI."

Mas pelos vistos é mesmo tão bom acordo que
"Um responsável comunitário contrariou as declarações de Sócrates de que o programa de resgate a Portugal é menos severo do que os da Grécia e Irlanda. E sublinhou que acordo ainda não está finalizado."

Mas numa coisa estamos de acordo, não é tempo para festas!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Aumento do IVA vs aumento do IRS

Partilho este artigo, publicado na página do Facebook "Novos Paradigmas", sobre o aumento do IVA vs o aumento do IRS. Esta opinião contraria a ideia defendida por Pedro Passos Coelho no livro "Mudar", lançando a ideia de que o aumento do IVA poderá ser menos doloroso para os mais desfavorecidos.
Ainda não li qualquer objecção a este artigo e, por enquanto, sinto-me bastante tentado a concordar com ele. Aqui fica, para uma melhor análise e discussão:

Para que possamos fazer afirmações categóricas sobre os impostos mais ou menos penalizadores para os menores salários, é fundamental que o não façamos baseados em teorias que não têm fundamento na prática e por outro lado, não seja acompanhado com a comparação com os outros impostos para os mesmos valores. Vejamos então:
Consideremos para exemplo um salário de €500,00, se por necessidade tivermos de aumentar um dos impostos que se aplicam aos trabalhadores em 2%, teremos os resultados seguintes.
1- Se esse aumento for na taxa social única (TSU), o trabalhador verá o seu salário reduzido como se segue €500,00 aplicando a actual taxa de 11% recebe €445,00 se a taxa for de 13% passará a receber €435,00 ou seja menos €10,00 mensais.
2- Se o aumento de 2% for no IRS, com aplicação imediata através da retenção na fonte, o resultado seria igualmente o mesmo, menos €10,00 mensais o que equivale nos dois casos a mais €140,00/ano.
3- Vejamos se for o IVA apenas no escalão máximo, como sabemos este escalão não se aplica nos gastos com o alojamento nem nos produtos essenciais, (incluindo energia e gás natural), o INE diz-nos que os rendimentos baixos ex. (€445 líquidos) gastam nesse escalão 31% do salário ou seja €137,95, logo o aumento de 2% do IVA corresponde nesse caso a um acréscimo de custos de €2,759/mês, sendo anualmente (14 meses) €38,63.
4- Paralelamente o não aumento do IVA implica que na compra de uma mala de valor médio da marca “Prada” de €4.000, se poupe €80,00, num relógio de marca de €10.000, se poupe €200,00 e nos carros com valores entre os €60.000 e €100.000, beneficiem de €1.200 a 2.000. Como se demonstra, o não aumento do IVA no mais alto escalão vem na realidade beneficiar significamente os mais altos salários, permitindo-lhes poupar anualmente milhares de euros, em artigos de marca, viagens ou outros artigos considerados de “luxo”.
5- Como se demonstra os salários baixos são menos penalizados se a opção for o aumento da taxa máxima do IVA. É claro que se os que mais ganham, apenas comprarem os produtos básicos (hipótese muito pouco provável, como se constata actualmente pelo endividamento das famílias com altos salários) esse aumento não terá repercussão numa parte importante do seu salário, mas isso em nada altera o facto de os baixos salários terem uma menor penalização. Pensamos que os que argumentam o contrário, estão apenas perante um dos 7 pecados capitais “A Inveja”.
6- Por outro lado, uma parte significativa dos “mercados clandestinos” (ex. droga e prostituição) o único imposto que pagam é exactamente o IVA, atendendo a que não prescindem de ter carro, telemóvel, roupas de marca, combustíveis, viagens, etc.
7- Para os “Novos Paradigmas”, apesar da demonstração clara de ser o IVA em igualdade de comparação o que menos penaliza os baixos salários, pensamos que mesmo assim esses salários não devem sofrer qualquer penalização, assim defendemos a introdução de uma medida de descriminação positiva. A qual consiste à semelhança do Brasil em passarem a existir 3 taxas de TSU para os trabalhadores, que nesta época de crise deverão ser de 9% para os baixos salários, 10% a definir e manutenção dos 11% para salários superiores a €1.800,00. Com esta medida o salário de €500,00 passará a receber mais €10,00 por mês o que por si só compensa os aumentos de IVA desde os 19% até aos 25%. O IVA dado abranger todo o ciclo económico, deve compensar a perda de receitas da TSU com a introdução da medida de discriminação positiva que defendemos.
8- Igualmente as baixas pensões deverão ser actualizadas e não congeladas.
9- Por último mas o mais importante em termos económicos, O IVA é o único imposto (atendendo a que não podemos como anteriormente proceder à desvalorização da moeda), que pode aumentar de imediato a competitividade dos nossos produtos, ao encarecer os produtos importados e não tendo por outro lado nenhuma consequência naqueles que exportamos.
10- Esta medida deve ser ainda acompanhada, com a redução de taxas e contribuições (nomeadamente redução significativa da TSU para empregadores e trabalhadores) beneficiando unicamente as empresas sediadas em Portugal, para permitir a manutenção dos seus preços internamente.
11- As receitas do IVA deverão compensar em igual montante, as reduções a introduzir na TSU.
12- Por último não poderemos deixar de apelar a bem do desenvolvimento e da competitividade de Portugal, que a ideologia não se sobreponha à economia.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nobre(za)?

Tenho Nobre como um político inexperiente e impreparado. As recentes polémicas fazem dele um mau político, pelo que preferi deixar esta sua faceta de lado (desaparecerá da cena política brevemente) e considerá-lo como um digno homem de causas. Contudo, esta imagem não me deixou indiferente. Partilho-a aqui, sem mais comentários da minha parte:


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Extremismos inúteis

PCP e Bloco de Esquerda faltam a reuniões com o FMI. Recusam-se a negociar e consideram a ajuda externa inoportuna e desnecessária. Jerónimo de Sousa fala mesmo em "abdicação e submissão nacional".

Estes dois partidos esquecem-se que foram preponderantes na entrada do FMI em Portugal, ao votarem contra o PEC IV e serem responsáveis pela crise política que tornou a intervenção do Fundo Monetário Internacional inevitável. Se não estão dispostos a lidar com o FMI, se a oposição a este fundo é tão firme, então que tivessem medido as consequências das suas decisões parlamentares.

Por outro lado, esta atitude espelha na perfeição o fraco sentido de responsabilidade destes partidos e permite às autoridades internacionais tirar algumas conclusões sobre as razões que levaram a esta intervenção.

Também eu acho a entrada do FMI um forte ataque à nossa independência. Também o governo o considera. Mas, perante a realidade, há que reunir esforços no sentido de tornar as negociações proveitosas para o país, em vez de ficar agarrado a posições ideológicas inflexíveis e impraticáveis

domingo, 17 de abril de 2011

PSD

É com alguma tristeza que tenho assistido ao meu PSD nos últimos tempos.
Onde tem vigorado uma enorme incoerência, muitas vezes originada pelas armadilhas Socráticas.
Pedro Passos Coelho fala em portagens apontando o Princípio Utilizador Pagador como razão. Mas alguém sabe o que é esse princípio?
Pedro Passos Coelho fala em aumentos do IVA, e só depois faz a questão pertinente, Qual o verdadeiro estado das contas públicas?
Pedro Passos Coelho aposta numa lista diferente de qualquer outra, reunindo mentes com ideologias distintos, com Fernando Nobre a princípio pareceu-me correcto, mas bastou Fernando Nobre abrir a boca para desejar que ele nunca mais a abra!
Quanto à privatização da Caixa a minha opinião tem vindo a mudar, e começo a dar razão a Pedro Passos Coelho.
Quanto ao número de Ministros, é uma medida de muita coragem e bravura!
Quanto às PPP's que seja mais inteligente.
Mas antes de tudo isto, que seja inteligente agora, se o quer ser daqui a uns meses!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

XVII Congresso Nacional do PS

Decorreu este fim-de-semana em Matosinhos, o XVII Congresso do Partido Socialista, e desde cedo se viu no que ia constar, numa campanha para 5 de Junho onde a única estratégia é o ataque ao Partido Social-Democrata!
Falou na situação vivida e Portugal (despoletada pelo orgulhosamente sós em que pôs o Governo) acusando sempre a oposição pelo situação, como se tivesse sido ela que tivesse tido nos últimos 6 anos 4 de maioria absoluta e tivesse levado este país para a recessão, e para níveis de dívida pública recordes!

Viu-se um senhor que está agarrado ao poder e que, semanas antes da votação do PEC IV, disse, que tal programa não iria ser proposto e o propõe, um senhor que disse que não governava com FMI, e candidata-se para governar com ele, um senhor que não cumpre as regras da UE, um senhor desde sempre incoerente!

Um senhor que convidou para a sua Comissão Política Manuel Alegre, o qual pouco apoiou na sua última batalha, algo bastante interessante, e cujo desenvolvimentos sobre este acto não tardarão em aparecer!

Enfim, um senhor que foi tornando o seu discurso político, num discurso de fanatismo político, ao qual os militantes do PS acharam muita piada e gritaram em uníssono por várias vezes, agradando assim José Sócrates!
E isso voltou a acontecer, quando se viu que havia vida inteligente no planeta PS, que obteve apupos e assobios em pleno congresso, pelos vistos neste jogo o PS jogava em casa e tinha a claque toda lá!

Durante o congresso desenvolvimentos sobre as birras foram aparecendo, em que Teixeira dos Santos é usado como isco para provocar a instabilidade Nacional, numa jogada de, mais uma vez, orgulhosamente sós!

Quanto a mim, quem não foi responsável a governar não tem capacidade para voltar a governar!

Sócrates mandou também recados a Jardim! Que abram mais offshores, que essa trabalha bem e recomenda-se!

Para estes senhores o Mundo parou durante este fim-de-semana, apesar de tudo o que vivemos o PS não muda a sua atitude! Será que ouviram a opinião sueca? Duvido!


Outro facto interessante:

« (...) Neste congresso, o PS proibiu as câmaras de televisão de circularem à vontade na sala, o que lhes permite controlar os planos. Estão colocadas nos cantos, viradas para o líder ou para quem discursa, não permitindo obter imagens de reacções dos congressistas. As únicas câmaras autorizadas a estar à frente são as da estrutura socialista.
Isto não acontece em mais nenhum partido em Portugal, nem em quase nenhum do mundo, se excluirmos a Coreia do Norte».

Rodrigo Moita de Deus


Temos aqui uns belos tesouros! Pelos vistos continuamos todos enganados!

Um homem maquiavélico, que é capaz de deitar abaixo uma economia, e de manter inúmeros apoios, é no mínimo assustador, é alguém que prepara muito bem cada feitiço, é um homem que só falha para com os devotos quando um teleponto se parte!

Eu não acredito nele, eu não acredito que ele nos traga futuro, eu não acredito que ainda haja tanta gente devota a ele! Mas eu acredito que se pode mudar...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

o estado das coisas

antónio barreto referiu, recentemente, numa entrevista, que falta aos políticos "sentido de serviço público". assim como antónio barreto, a maior parte dos portugueses pensa o mesmo. é a típica conversa de café, de que os políticos só querem é "encher os bolsos", "são corruptos", todos esses comentários a que estamos habituados.
os políticos representam-nos, seja qual o cargo que ocupem. os políticos somos nós, são o nosso reflexo. "a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo", logo não nos (políticos e eleitores) devemos tratar, mutuamente, com distância, nem culpabilizar os políticos por tudo o que de mau acontece. reprovo essa facilidade com que se critica os outros por todo o mal que nos sucede.
sim,todos nós somos responsáveis por aquilo que nos está a suceder neste momento. todos nós enganamos, ou tentamos enganar o estado, sempre que podemos. fugimos do pagamento de impostos sempre que nos é possível, aproveitamo-nos do estado a toda a hora. é aquela coisa tão portuguesa, o chico espertismo. ferreira fernandes, indiscutivelmente o melhor cronista português, explicou isto muito bem.

"A todos os bancários com 58 anos que estão há dez anos na reforma. A todos os jornalistas com dentaduras como teclados de piano pagas quase de borla antes que lhes tirassem essa trafulhice. A todos os maus professores que subiram na carreira só porque passaram tantos anos no ensino quanto os passados pelos bons professores. A todos os mestrandos com idade para saber que nunca exercerão o que estudam, mas que vão aproveitando porque entretanto sempre vai pingando a bolsa obtida graças à influência de um familiar. A todos os condutores de Mercedes que o têm porque o seu nível de patamar do emprego diz "direito a carro de classe X", quando a qualidade com que exercem o trabalho seria mais para andar de burro. A todos os autarcas que fizeram obras em casa e não precisaram de pagar por elas. A todos, pobres e ricos, donos de jantes de liga leve e filhos com educação ainda mais leve. A todos os que lá em casa bebem vinho vulgar mas durante a semana, com factura metida na tesouraria da empresa, hesitam entre o Pera Manca e um Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa. A todos os empresários que declaram às Finanças prejuízo e aos amigos declaram que este ano vai ser Maldivas. A todos: obrigado."

sim, mentalizemo-nos disto. nós, os que passamos a vida a dizer mal dos políticos, somos muito responsáveis pelo estado das coisas. houve muita gente que enriqueceu à custa do estado e não só políticos.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tesourinhos: Pela boca morre...

José Sócrates, nem mais!

José Sócrates neste último mandato começou logo mal, desde cedo na campanha, pois um visionário como ele é não me digam que desconhecia que ia sair do Governo antes de 2013, por isso não faz sentido haver um Programa Eleitoral do PS de 2009 a 2013.

Como lema de campanha tinha: "Avançar Portugal" (para o FEEF só se for...).

"Este Programa distingue o projecto e a atitude do Partido Socialista." De quem? Se calhar queriam dizer que este programa nada tem a ver com a atitude do PS... Certo certo!

"3. O progresso que o País fez

A razão primeira da nossa confiança no futuro é a consciência dos progressos que o País foi capaz de fazer, em especial nos últimos quatro anos de governação estável do PS" - Aqui está algo que ninguém sabia...

"Com uma governação de rigor, competência e responsabilidade, e com o esforço dos portugueses, o Governo do PS venceu a crise orçamental que a direita tinha deixado e, sem recorrer ao truque de receitas extraordinárias com encargos futuros, reduziu efectivamente o défice dos projectados 6,83% de 2005 para apenas 2,6% em 2007 e 2008 – o défice mais baixo em toda a história da democracia portuguesa." - Sem dúvida uma política de verdade!

"a balança tecnológica da economia portuguesa, tradicionalmente deficitária, passou a ser positiva. Dito de outro modo: Portugal passou a exportar mais tecnologia do que aquela que importa." - "Afinal, 2009 foi exceção: em 2010, a balança que reflete as importações e as exportações de tecnologias em Portugal voltou aos valores negativos do passado."

"5. Prioridades claras para o futuro
O Programa que o Partido Socialista apresenta aos portugueses para a nova legislatura 2009-2013, tem três prioridades fundamentais muito claras:
• Relançar a economia e promover o emprego; (FAIL)
• Reforçar a competitividade, reduzir a dependência energética e o endividamento externo, valorizar as exportações, modernizar Portugal; (FAIL)
• Desenvolver as políticas sociais, qualificar os serviços públicos e reduzir as desigualdades. (FAIL)"

Mas isto é só até à página 14,, são mais 116 de boa verdade e coerência... Podem ver aqui.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Portugal Portugal, um fantoche, que futuro?

2009 foi o ano da crise, uma crise que foi sentida no défice nacional. Mas talvez por Portugal ser um país pequeno e com o povo pouco exposto à economia mundial esse ano não tenho sido o ano negro para os portugueses, mas sim os vindouros, em que os portugueses agora sim têm vindo a sentir os efeitos das medidas de combate à crise.

Claro está também, que a situação se deteriorou muito, por culpa da gestão que tinha vindo a ser feita no país nesses anos, e pela indiferença ao incumprimento nacional.

Nos EUA, onde estão os verdadeiros pais dessa crise, que continuem a assumir o poder, impunes de sanções, mantendo sob controle qualquer instituição mundial, e todas empresas de Rating, que continuam a prestar óptimos serviços, e a proporcionar óptimos investimentos àqueles que têm poder para tal.

Portugal é um desses, com uns juros da dívida altíssimos e um rating miserável, pergunto-me: será realmente esse o estado da nossa economia? Não conseguiremos nós cumprir os pagamentos? Merecemos tal rating?
Eu penso que estamos em muito maus lençóis! Em recessão, e até mesmo a atingir um ponto de insolvência! Atribuo, também, culpas disso às agências de Rating, apesar de não terem controle sobre as políticas que nos levaram a este ponto, são um belo trampolim do Juro.

José Sócrates, tenta aproveitar essas avaliações para nos sobrecarregar em carga fiscal, com o objectivo de acalmar os mercados, mas não somos nós que os vamos acalmar, se eles virem em nós um bom investimento eles vão brincar connosco até se saciarem e só depois teremos pernas para andar...



Virando-me agora para o actual plano nacional, estamos a caminho de eleições e os escândalos nacionais não param!
A esquerda pode vir a unir-se, vendo-se nisso uma redução no futuro número de moções de censura, que podem ser assim reduzidas a metade.
José Sócrates vitimiza-se constantemente sobre a sua queda do poder, enquanto faz birras dizendo que não tem poder para nada...
Passos Coelho tem vindo a dificultar o seu próprio caminho, tendo já dado alguns tiros no pé, por culpa própria...
Paulo Portas seria assim a melhor escolha para PPC, a que lhe traria a trajectória mais segura...

Espero que a tome, para bem de todos nós!

5 de Junho

O Presidente da República dissolveu a Assembleia da República. Muita tinta continua a correr sobre a atitude do PSD, a falta de alternativas e a fuga à discussão e negociação, a sede do "pote" e as consequências gravíssimas para Portugal que a demissão do Primeiro-Ministro acarretou. E não é por não se chegar a um consenso que se deve andar eternamente a atirar culpas - ainda que as responsabilidades sejam apontadas pelos portugueses no momento do voto, pelo que há que tentar esclarecer ao máximo "o que se passou".


A dissolução da Assembleia da República é irreversível e, como tal, há que olhar em frente: projectar as próximas eleições. Concordando ou não, com o PS os portugueses sabem com o que contar. Com os partidos à esquerda do PS também sabem com o que não podem contar. PSD e CDS (muito provavelmente coligados) constituem-se como a principal alternativa ao governo socialista, pelo que me vou centrar numa breve opinião que tenho sobre os seus líderes.

Tinha Passos Coelho como um político sério, embora discordando profundamente da sua agenda ultra-liberal. No entanto, a forma como cedeu às pressões internas nas últimas semanas e as suas sucessivas contradições têm feito com que a minha consideração pelo seu carácter tenha ido, no fundo, "por água abaixo".

Já quanto a Paulo Portas, por mais qualidade retórica que consiga imprimir nas suas intervenções, o seu passado fala por si. E fala muito mal. Em relação à "prostituição política", não vale a pena dar muito ênfase ao seu (pouco) valor enquanto pessoa, porque tenho criticado severamente o argumento ad hominem, usado sistematicamente contra José Sócrates ao longo dos últimos anos, e está na hora de acabar com uma das mais reles estratégias discursivas. Tem algumas ideias interessantes para o país, como é o caso da agricultura, que merecem atenção. (Chegarão algumas ideias soltas sobre algumas áreas para construir um programa eleitoral consistente e exequível?)

A campanha eleitoral... duvido seriamente que consiga ter algum impacto na redução da abstenção. Independentemente dos resultados das eleições do dia 5 de Junho, o importante é a estabilidade. Caso nenhum partido/coligação vença com maioria absoluta, é o cabo dos trabalhos. Se Cavaco Silva tentar a conciliação dos partidos com a mesma estranha passividade com que (não) promoveu o diálogo na discussão do PEC, então só podemos esperar uma realidade muito má no Parlamento.

Caso o PS vença as eleições, espero que a oposição repense o conceito de oposição; em caso de derrota eleitoral, o que espero do PS e dos seus militantes é que saibam utilizar a oposição dos últimos 6 anos como um exemplo do que se não deve fazer, e fazer precisamente o inverso. Num momento em que é muitas vezes invocado o "respeito pela decisão dos portugueses", aproveito para deixar um apelo à malta, como eu, mais interessada pela política - desde os filiados aos "alérgicos" aos partidos: é preciso assumir uma nova "legislatura enquanto opinadores" de uma forma mais desapaixonada, mais razoável e menos pessoal. Eu também me comprometo.

quinta-feira, 31 de março de 2011

A Verdade da Mentira

A 11 de Janeiro de 2011, José Sócrates, todo contente, vem a público felicitar-se pela execução em 2010, dizendo: "O défice orçamental de Portugal vai ficar “claramente abaixo” dos 7,3% do PIB"...

Em 2005 já todos sabíamos que o défice estava a rondar os 6,8% e isso nunca foi escondido enquanto Sócrates estava em campanha e fazia promessas contrárias aos seus actos posteriores!

Pediram que as contas não fossem revistas, tal como foi feito por Durão a Guterres e Sócrates a Santana, mas essas contas tiveram de ser revistas como assim obriga a UE. E agora que sabemos que Sócrates nos andou a enganar e à UE, será que vemos assim esclarecidas muitas das nossas dúvidas quanto a um PEC IV, que afinal não serve só para acalmar mercados.

Com que confiança olharão agora os mercados para nós numa altura em que lhes mentimos descaradamente? (Mentiu Sócrates, para o nosso bem?!?!)

É nestas posições que ele nos mete, e há quem o defenda, eu não percebo como!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ponto de Situação

Ontem José Sócrates apresentou a sua demissão a Cavaco Silva, após ver (pela TV) o PEC IV (Europeu) ser chumbado por todos os partidos da oposição.
Um PEC que visava, acima de tudo, atingir os mais pobres, mantendo inalterável a situação dos mais ricos,tal como os outros PEC's.
Portugal atravessou em 2009 um período de recessão, e se os resultados deste mês coincidirem com as previsões, estaremos a atravessar outro, num espaço de dois anos! Não é que não estejamos já em recessão, mas a definição assim o exige.
Este tem sido o caminho escolhido para atingir a meta dos 3% no défice, venham agora queixar-se da UE, quando sabemos que se este tratado não existisse, sem regulação estaríamos bem acima dos 8% falados ontem pelo Eurostat, que a serem confirmados, mostram que NÓS, andámos a mentir em relação ao nosso verdadeiro défice, pois apontávamos 6,8%, uma melhoria em relação às previsões dizíamos nós!
Após a aprovação do OE2011, onde o estado social é claramente atacado, e onde a estagnação económico são os caminhos para onde ele nos leva, como é possível alguém prever que a economia vai crescer 0,2%? Óbvio que agora se revê em alta entre 1 e 2%!
Quanto à saída de José Sócrates, sinto-me aliviado, confiante que o FMI não entrará verdadeiramente, a não ser que o nosso défice fosse falso, ou que já estivessem à porta, e com esperança de um Portugal mais justo!

quarta-feira, 23 de março de 2011

D-Day

Hoje vai ser dos dias mais importantes do nosso país!
Não sei o que vai acontecer a partir de hoje, o que se vai descobrir o que vai mudar!

Digo que já basta deste Governo, que colocou este país num 8, 8 de juros da dívida, 8 de défice (enganados, pois eles diziam que era abaixo de 7).
Aguardo desenvolvimentos!

domingo, 13 de março de 2011

Nova semana

Novo protesto, nova semana, nova subida dos preços dos combustíveis. Parece quase uma rotina no nosso dia-a-dia, preços aumentam mais e mais. Mas desta vez parece-me um pouco diferente. Em que se baseia este novo aumento do preço dos combustíveis? Na descida da sua matéria-prima, o brent? Há cerca de duas semanas quando a subida foi vertiginosa até cerca dos 120 dólares, a subida dos preços dos combustíveis, foi também proporcionalmente vertiginosa. Mas as recentes descidas parecem ter caído no esquecimento de quem define esses valores.

A paralisação das empresas transportadoras de mercadorias realizar-se-á amanhã. Está previsto um bloqueio a partir das 00h00 do dia de amanhã em todo o país com o objectivo de protestar contra os aumentos e levar o governo a adoptar medidas de apoio às empresas para minimizar os efeitos destas subidas constantes e incompreensíveis do gasóleo e da gasolina. Mas será que vale a pena? O resultado parece-me ser semelhante ao da semana passada em que o governo para tentar acalmar as hostes decidiu lançar um pacote de medidas ridículas e sem efeito para mandar areia aos olhos dos transportadores. Esta paralisação é uma questão sensível. As associações de empresas de outros sectores de actividade que têm camiões na sua actividade já vieram mostrar o seu descontentamento por se sentirem injustiçadas e excluídas de uma eventual ajuda às transportadoras de mercadorias. Esta greve vai afectar o país inteiro em diversos sectores, nomeadamente no sector da distribuição e dos combustíveis, a comida não chegará aos supermercados, nem a gasolina às bombas. O povo parece dividido, uns preferem a greve, o protesto e a contestação para forçar novas medidas, outros preferem trabalhar, produzir para inverter e tendência, outros preferem qualquer coisa porque não estão “nem aí” para o que se passa no nosso país. Vamos ver o que acontece.

No meio disto tudo, existe um silêncio ensurdecedor da Autoridade da concorrência. Será que ainda há dúvida de que existem práticas consertadas neste sector? Qual é realmente o poder de acção do senhor Manuel Sebastião? São questões que eu e todos nós gostávamos de ver respondidas. Mais uma semana vem aí, esperemos pelas respostas.

Ora amigo, ora inimigo...

José Sócrates viu no PSD o apoio para a aprovação do OE2011.
Viu em Cavaco Silva um apoio para a estabilidade política no país.

Chegados a 2011, José Sócrates, aproveita a campanha de Manuel Alegre para lançar duras críticas a Cavaco.
No dia dos resultados, tenta fazer as pazes com o mesmo.

O PSD tem vindo a apoiar o Governo nas medidas mais decisivas para o país, o PS não larga a política do choradinho, que se não aprovam não há condições para governar.

Cavaco Silva faz um discurso de tomada de posse, forte, com pés e cabeça sobre a realidade do país.
Os homens do PS criticam duramente Cavaco ao contrário do que no fundo José Sócrates fez, ele não os mandou calar. E quer ele continuidade nas boas relações com Belém.

José Sócrates reúne com os líderes europeus, e sai de lá com medidas de austeridade desconhecidas de todos, desde Cavaco aos deputados do PS.
Vem com uma atitude arrogante de que não precisa de ninguém para por em prática estas medidas, vendo-se a sua verdadeira subserviência!

Um homem com carisma, um homem com ambição, um homem que faz o melhor... para si!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Apoie-se! Invista-se! Controle-se!

Portugal tinha em 2001, segundo os Censos, 188054 pessoas empregadas no Grande Grupo 6 (Agricultores e Trabalhadores Qualificados da Agricultura e Pescas) e 997514 no GG9 (Trabalhadores Não Qualificados), partindo do princípio que muitos destes trabalhadores do Grupo 9 estão ligados à Agricultura, e que muitos desempregados a desempenham como sustento, podemos dizer que Portugal tem uma enorme capacidade de produção agrícola, até pelo seu clima e pelo seu território desocupado e propício à prática.

Acho então curioso que Portugal importe 30% dos alimentos que consome por produzir poucos cereais... Levando a um défice nesta balança comercial em 2009 de 4000 MILHÕES DE EUROS??!!
Portugal tem assistido a crises mundiais no sector dos cereais, mas isso leva a investimentos? Leva a uma luta por esses mercados? Quando o Ministro da Agricultura vem dizer, e bem, no verão de 2010, que devido aos fogos na Rússia, e ao aumento dos cereais, os investidores deviam investir na área, quando as grandes superfícies se preparavam para subir o preço dos cereais e do pão, alguém o ouviu?
Portugal importa mais de 70% dos cereais e nos últimos 20 anos viu a sua área de produção ser diminuída para menos de metade!
Com as boas ajudas da PAC todos os anos, e com as medidas alfandegárias proteccionistas em Portugal, a produção de cereais tem de começar a ser vista como uma boa aposta em Portugal, uma aposta com futuro!
Olivier de Schutter, relator da ONU veio dizer que o Mundo está numa enorme crise alimentar, e que com os últimos acontecimentos na Líbia tende a agravar!
Mais razões para se investir? Vejam o relatório da UE sobre a agricultura em Portugal!
Ou então "As Reformas da Política Agrícola Comum (PAC) e a Agricultura Portuguesa" Carlos A. F. Marques !

Se há sectores com futuro, e precisos, porque não apostar neles, e porque não haver um maior controle por parte do Estado, quanto aos fundos que vêm para os agricultores, que acabam em stands da BMW, ou nos bolsos de empreiteiros de Cascais?

sábado, 5 de março de 2011

militâncias

sempre achei que a política deve ser encarada de uma forma mais racional do que emocional, ao contrário do que sucede no futebol. no desporto, as vitórias e derrotas não nos prejudicam de forma directa a vida, ou seja, podemos ficar tristes com uma derrota, mas no dia a seguir as coisas passam. na política as coisas não são bem assim. devemos sempre ter em conta que as escolhas da democracia, embora sejam de uma maioria, podem acarretar elevados custos. isto tudo tem a ver, com as escolhas políticas e as "perigosas" militâncias. durante uma aula de elites políticas, onde se discutiam os métodos de recrutamento das elites, levantei a questão da militância e sobretudo das juventudes partidárias. o facto de defendermos incondicionalmente um clube ou um partido, ficamos como que uns "amputados mentais" sem capacidade crítica, defendendo incondicionalmente os líderes e os representantes dos seus partidos, mesmo sabendo que aquela não é a melhor solução. sim, podemos entrar para um partido pelos benefícios que daí poderemos recolher, podemos andar em caravanas, a agitar bandeiras, a fazer de figurantes, a fazer "améns" ao líder. respeito tudo isso, mas a nossa consciência, a nossa verticalidade, vale bem mais que isso. depois temos fortes candidatos a primeiro-ministro que têm no seu curriculum o facto de terem sido líderes de uma jota. isto pode ser perverso, acreditem que pode.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Portugal na Europa

É verdade que somos um país pequeno na Europa.
Mas desde que aderimos à CEE que por mais pequenos que sejamos, temos uma palavra a dizer. Somos representados no Parlamento Europeu, e são eles que defendem os nossos interesses lá fora com maior frequência...
Pergunto-me então como podemos ter uma abstenção nos 63% para as Europeias em 2009, se supostamente, é importantíssima a escolha desses deputados para garantirem os nossos interesses?
Numa altura em que não estamos imunes ao que se passa fora das fronteiras, que precisamos do que está fora das fronteiras, não podemos simplesmente desligar dessa área.
Temos de perceber que só melhoramos cá dentro, se também melhorarmos lá fora!
Podemos ir para outro continente e dizer que somos portugueses, mas dentro de casa não nos podemos esquecer que somos parte da Europa, e que se quando não nos ajudam somos os primeiros a criticar, quando nos ajudam devemos ser os primeiros a louvar...
Temos memória curta, somos portugueses, e os outros é que estão bem.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

desemprego

o desemprego é, sem dúvida alguma, o maior problema em portugal. não é só um problema social grave, como é um dos entraves ao desenvolvimento económico.
os dados do instituto nacional de estatística (ine) revelaram que a taxa de desemprego em portugal já ultrapassou a barreira dos 11%, o que corresponde a mais de 600 mil pessoas.
culpabilizar os executivos de sócrates por estes números, não fazendo sequer um esforço para olhar para os países vizinhos, onde taxas de desemprego chegam aos 20%, é de uma irresponsabilidade imensa, assim como continuamos a esquecer que o mundo está a atravessar a maior crise económica de que há memória, aquilo a que ferreira leite chamou de "abalozinho".
não é apenas isto. o desemprego é um problema muito mais estrutural que não se consegue resolver por decreto, ou com um passo de mágica.
vamos por partes. ficamos frequentemente chocados quando vemos que fábricas de lanifícios e de calçado que fecham, levando várias pessoas para o desemprego, mas aquilo de que nos esquecemos é que do outro lado do mundo, na índia e na china, por exemplo, há lá trabalhadores que recebem 100/150 euros por mês, trabalham 15 horas se for necessário e não reclamam por subsídios de férias, nem de natal. o mundo globalizou-se e portugal não se preparou para isso. as nossas empresas não têm mais capacidade para competir com as empresas dos países emergentes, onde a mão-de-obra é muito mais barata. isto não teria que ser uma inevitabilidade. faltou visão aos nossos governantes, que não conseguiram perceber esta nova realidade económica mundial.
não conseguindo competir nas economias tradicionais, como é o caso dos lanifícios e do calçado, por exemplo, era necessário dar um passo em frente e apostar numa economia baseada na ciência, na tecnologia e no conhecimento. nunca isso se fez, nunca se achou importante apostar nas qualificações dos portugueses e agora estamos na situação em que nos encontramos, onde as empresas que em portugal têm sucesso são as que se baseiam em produtos e serviços de alta qualidade, as que necessitam de mão-de-obra qualificada e se viraram para o exterior. este é o caminho, um caminho que demora tempo a percorrer, mas que sócrates percebeu desde cedo, tendo já obtido alguns resultados a esse nível. temos que continuar a percorrer esse caminho se queremos uma economia forte.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Moção do Bloco!

Numa altura em que o BE deu a conhecer no debate quinzenal que no dia 10 de Março iria apresentar uma Moção de Censura, as atenções políticas (não as jornalísticas) ao contrário do esperado, não se voltaram para o PS, mas sim para o PSD!
O Governo pede uma atitude rápida por parte do PSD, de modo a manter a estabilidade e a confiança dos mercados.
O BE aproveita, também, a moção para "brincar" com o PSD...
Já cheguei inclusive a ouvir, teorias da conspiração, em que diziam que esta moção é uma jogada do PS/BE, com o objectivo de firmar ainda mais o Governo no poder. A teoria não seria de todo impensável, se não conhecesse-mos Louçã desde à alguns anos, e não soubessemos o seu baixo Q.I. político, e o que desaprendeu desde a universidade...

O que pode o PSD fazer?
Nada mais "simples", numa altura em que as sondagens estão aquém do pretendido, numa altura em que o Governo ainda não tem resultados para apresentar, para além daqueles que os portugueses já sofrem no bolso e as palavras do Governo indicam até ao momento uma "boa" execução orçamental (objectiva).
De que valeria então o esforço dos portugueses em 2 meses? Para ir tudo abaixo numa altura em que SE DIZ (não é verdade) estar tudo a correr bem... Seria prejudicial para o PSD, mas mais prejudicial ainda para PORTUGAL (que deve ser por ele que todos os políticos devem decidir e não por si e pelos seus, como tanto se vê), aprovar ou abster-se nesta moção do que votar contra...
O PSD tem de deixar a política da abstenção, tem de se tornar firme e tomar decisões concretas! Se o PSD se abstiver nesta moção, vai dar uma ideia, que só não aprova porque é do BE, ou de esquerda. Não pode ser assim, pois agitará os mercados, fazendo-os esperar eminentemente por uma moção vinda da bancada Social-Democrata.
Como sabemos uma moção de censura, pode ter vários conteúdos, e parece estúpido o PSD ter de tomar uma decisão já, não sabendo o conteúdo da mesma. Isso só acontece porque o BE é um partido burro! Porque uma moção não precisa de aviso prévio, nem deve haver, deve ser apresentada, ponto! E com isto só vieram prejudicar (ainda mais) Portugal e a sua imagem nos mercados! Por mais correcto que venha a ser o conteúdo (improvável), e por mais que o PSD se reveja nele, nesta altura, vai ter de votar contra esta moção, sem se preocupar com sondagens nem níveis de popularidade, vai ter de continuar a dar a oportunidade que já deu ao Governo de executar, mantendo assim as bandeiras em casa...

Enquanto social-democrata confio! O PSD vai tomar não só a melhor decisão para o partido, mas sim para Portugal!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

SNS, um orgulho por desvendar

Numa altura em que José Sócrates vem dizer que os portugueses devem ter orgulho no Serviço Nacional de Saúde, pergunto-me se é neste que conhecemos ou há algum secreto com o mesmo nome? Se calhar o preço por doente ajusta-se à realidade, já a qualidade fica muito aquém das expectativas...
Devemos orgulhar-nos de um Serviço que não dá condições aos doentes oncológicos? Acreditar em alguém que se foca num ramo deste serviço, e conhece de perto inúmeros casos, ou numa Ministra que apenas se dedica a número e desconhece a realidade deste país? Uma Ministra que quer ser médica de todos os portugueses, diagnosticando e receitando através de números, e esquece as suas verdadeiras funções, os seus objectivos, o seu fim...
Quando estamos num sistema que por uns pagam os outros, deixando o combate à corrupção à frente da saúde! Quando sabemos que o transporte de doentes é das maiores irregularidades que em Portugal existe, e nada se faz para mudar o rumo a isso!
Que orgulho tenho eu de ter dinheiro para saber a doença, e não o tenho para a cura? Para quem não precisa de comprar medicamentos todos os meses, esta história pode parecer um pouco irreal, mas a verdade é que quando a Ministra falou em redução das comparticipações acompanhada por uma redução nos preços dos medicamentos, a realidade não era essa, e vivemos mais uma mentira!
Orgulho num SNS que é o primeiro a ser corrupto?
Orgulho num SNS que não consegue garantir o seu serviço?
Eu, Sr. Primeiro Ministro José Sócrates, não tenho orgulho nenhum neste serviço!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

fmi

o fundo monetário internacional (fmi) anda nas bocas do mundo. normal. em tempos de maior instabilidade económica e financeira é que ele é chamado a intervir. em portugal, a análise política e económica centra o seu debate na entrada ou não do fmi no país. sócrates faz tudo o que pode para ele não vir, a oposição está deserta que ele aterre na portela (puro oportunismo político).
vamo-nos centrar no essencial. o fundo foi criado no pós 2ª guerra, numa altura em que a europa e o mundo estavam devastados economicamente. o seu objectivo era o de apoiar financeiramente os países que estão ligados ao fundo (187 neste momento), quando estes estivessem a passar por momentos complicados, com uma forte dívida externa, mas também fomentar um crescimento económico sustentável e reduzir as taxas de desemprego nesses países. para percebermos um pouco o sucesso do fundo, começo por referir que a etiópia, as honduras e a cuba, por exemplo, são países que estão ligados ao fmi desde a sua criação, ou seja, qual é o desenvolvimento económico, quais são os níveis de crescimento económico, os níveis de riqueza, nesses países? sim, podemos começar por concluir que o fundo não tem cumprido com a sua obrigação.

o fmi pode financiar-se, como uma outra instituição qualquer, junto de uma entidade externa, mas o dinheiro do fmi aparece, sobretudo vindo das quotas que os países membros pagam anualmente (penso?), quota essa que varia consoante o crescimento do pib interno de cada país, da sua relevância perante o pib mundial e do ouro que esses países possuem. no entanto, os países que mais contribuem para o fundo são os que têm maior poder de decisão, ou seja, para se atingir a maioria das votações nas assembleias gerais do fundo, basta que quatro ou cinco países se unam e conseguem ter maioria.

esta foram algumas curiosidades que deixei para se perceber como funciona o fmi. vamos ao que interessa. o fmi entra num país quando este deixa de se conseguir financiar no exterior, quando não há confiança dos mercados nesses países. o fmi aparece como "salvador", injecta milhões nesses países, que terão que ser pagos, com taxas de juro, não muito baixas, e impõem uma série de medidas drásticas, normalmente com fortes efeitos recessivos na economia, subvertendo assim todos os ideais que lhe estão subjacentes.
joseph stiglitz, nobel da economia em 2001, é um dos mais ferozes críticos do fmi, afirmando que " as medidas impostas pelo FMI falharam mais vezes do que as em que tiveram êxito", acrescentando ainda que "Em muitos países, levaram à fome e à confrontação social; e mesmo quando os resultados não foram tão sombrios e conseguiram promover algum crescimento depois de algum tempo, frequentemente os benefícios foram desproporcionadamente para os de cima, deixando os de baixo mais pobres que antes". podemos deduzir, não só por estas palavras, que o fmi tem como única preocupação assegurar que os países pagam aos seus credores, normalmente países com alguma folga financeira, com algum poder, esquecendo assim todas as consequências das suas intervenções nas economias dos países em que actua. esta é também a conclusão de boaventura sousa santos, que assegura que "a intervenção do FMI teve sempre o mesmo objetivo, "canalizar o máximo possível do rendimento do país para o pagamento da dívida". sócrates, sim sócrates, tem conseguido acalmar os mercados e portugal está hoje a financiar-se, a custos mais baixos, do que acontecia há uns meses. o fmi está, neste momento, mais longe, contudo não afasto a hipótese da sua entrada, mas um português a sério, daqueles que são mesmo portugueses, não politiqueiros de fim-de-semana, têm a mesma opinião, seguramente.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Responsabilidade!

Constituição da República Portuguesa
Artigo 48º
2. Todos os cidadãos têm o direito de ser esclarecidos objectivamente sobre actos do Estado e demais entidades públicas e de ser informados pelo Governo e outras autoridades acerca da gestão dos assuntos públicos.

Artigo 49º
1. Têm direito de sufrágio todos os cidadãos maiores de dezoito anos, ressalvadas as incapacidades previstas na lei geral.
2. O exercício do direito de sufrágio é pessoal e constitui um dever cívico.

Passou já uma semana desde as eleições presidenciais, e após a violação do artigo 49º, estou a ver violado também o artigo 48º! Será que estão a dar tempo para que o povo se esqueça? Na minha humilde opinião essas cerca de 43 mil pessoas não irão esquecer tão cedo, e irão reivindicar os seus direitos...
Desde então, muito se fala na demissão ou em responsabilidade política ao Ministro da Administração Interna Rui Pereira. Um gesto de incompetência, que impediu muitos de votar, e defendido pelo governo aos ataques da oposição, chamando a isso populismo...
A meu ver, este erro, não pode passar impune, um acto que descredibiliza cada vez mais a política aos olhos da população, muito mais grave que os corninhos de Manuel Pinho.
Um homem que não consegue fazer o seu trabalho, não deve continuar, ainda para mais tratando-se do que se trata!
Se foi herói na Cimeira da Nato, por nada ter acontecido de mal (excepto uns milhões em blindados), agora tem de ser vilão! Um homem não pode por em causa a democracia de um país e sair impune!
Alguém que faz da nossa democracia, uma má democracia, como disse Cavaco Silva "A qualidade da nossa democracia também se constrói criando condições para o exercício efectivo do direito de voto."
Após o director-geral da Administração Interna, Paulo Machado, e o director-geral da Administração Eleitoral, Jorge Miguéis, terem apresentado a demissão, algo tem de ser feito a quem manda... Ou saem todos, ou não sai nenhum, o trabalho não é feito só por alguns... Ou é?

Para mim as desculpas não se pedem, evitam-se!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A minha análise sobre a Eleição Presidencial

Este texto foi publicado originalmente no meu blog pessoal, Nódoa Offline, mas dado o impacto que teve, decidi partilhá-lo também aqui, com o intuito de ser lido por mais pessoas.

O meu envolvimento nesta campanha eleitoral foi-me dando alguma confiança num resultado diferente do que ontem registámos. No entanto, horas antes de serem conhecidas as primeiras projecções, respondendo a alguns amigos, contive-me: "É muito difícil...". Isto porque os portugueses não ligaram a estas eleições - e não me refiro apenas aos 53% de abstenção, mas sim a todas as semanas de campanha que a antecederam.

O típico preconceito português de dar um valor desmedido à primeira impressão que sobre uma pessoa (candidato) cria e de, a partir daí, não mais mudar de opinião, ficando indiferente a novos factos e dados, fez com que a campanha eleitoral não servisse de muito. Por outro lado, os poucos que acompanharam esta campanha "por fora", ou seja, à espera de encontrar um candidato no qual se revissem, sentiram-se desiludidos e com pouca vontade de ir votar.

Eu não acho, como muitos analistas e políticos disseram, que a campanha foi má. Também se discutiram projectos, linhas, competências. Mas não foi essa a imagem que passou ao país, aos portugueses que confiam a informação aos telejornais. A comunicação social promove casos; as audiências disparam; a comunicação social rejubila e continua. Não é assim que se deve fazer, mas é o que, infelizmente, acontece.

Refiro-me, por exemplo, a Manuel Alegre, pois estive presente em alguns comícios, ouvi alguns discursos na íntrega e pude comparar o desfasamento entre o que que foi dito e os pontos que foram aproveitados e destacados pela imprensa, daí ter ficado plenamente consicente do prejuízo que a comunicação de massas trouxe a esta eleição. É certo que existem espaços de debate em canais por cabo como a SIC Notícias e a RTP N ou, também, colunas de jornais com letra miudinha. O problema é que esses espaços são ignorados pela esmagadora maioria da população, convenhamos.


53% de abstenção

Não creio que esta elevada taxa de abstenção tire legitimidade ao Presidente eleito. Tira, sim, legitimidade de protesto aos que não foram às urnas.

Há um número particularmente interessante: os votos em branco. Respeito aqueles que se deslocaram às urnas para mostrar claramente que não queriam decidir. Contudo, penso que há que ser calculista - votar em branco, nulo ou não votar é, em termos práticos, manter a mesma pessoa no cargo.

Queixar-se, por si só, que "os políticos são todos uma vergonha" não chega. A intervenção cívica é uma expressão muito bonita para se dizer no Domingo de eleições, mas não tem sido uma realidade. Aqueles que acham que renovar as pessoas que fazem política, apostanto e projectando novas caras, não passa de um cliché, estão, acredito, muito enganados. Para além disso, os políticos "não são todos iguais" e essa generalização parte, na grande maioria dos casos, por falta de interesse em estabelecer as comparações. Ou, reitero, poucos meios (a população não tem culpa de estar mal informada).

Em todo o caso, o fraco envolvimento do povo e a resignação só dão cada vez mais poder aos políticos, quando o objectivo seria precisamente o inverso.



Mau resultado de Alegre

Esta derrota explica-se, na minha opinião, por dois motivos:

Em primeiro lugar, não conseguiu captar os chamados "eleitores flutuantes". Estes, muito devido ao ódio que se multiplicou sobre Manuel Alegre, por nunca ter sido uma pessoa de conveniências, a) votaram em Cavaco Silva, pois não se aperceberam dos erros gravíssimos que cometeu neste mandato e poderão ter decido em função do descontentamento que sentem em relação ao governo, esperançados que o candidato de direita apresse a dissolução do parlamento; b) votaram nas candidaturas que estão na moda (a independência e o apartidarismo de Fernando Nobre, que lhe conferem o descomprometido e confortável estatuto de outsider, e a ridicularização da política portuguesa, mostrando sem reservas e de forma caricatural os podres da democracia, feita por José Coelho que, aliás, foi um substituto à altura do Candidato Vieira) e c) não foram, pura e simplesmente votar. Obviamente que, face aos resultados, c) e a) foram, respectivamente, as situações mais repetidas.


Em segundo lugar, muitos militantes do Partido Socialista não apoiaram Manuel Alegre. Vários motivos: uns pensam que, há 5 anos, este "traiu" o partido e a candidatura de Mário Soares; outros acham que as divergências com as decisões do PS nos últimos anos constituiram um desrespeito ao partido.

Quanto à eleição de há 5 anos, penso que o Partido Socialista foi "obrigado" a apoiar Mário Soares, pois, sendo este um dos maiores ícones da história do partido, e decidida a sua candidatura, uma recusa de apoio por parte do PS seria um total absurdo. No entanto, era Soares quem devia ter tido a noção de que teria muito mais a ganhar se se tivesse afastado daquela eleição.

As divergências de Manuel Alegre com o Partido Socialista são públicas. E foi esse o grande problema. As divergências resolvem-se internamente, transparecendo, em qualquer circunstância, uma imagem de união. No entanto, Manuel Alegre colocou a sua individualidade à frente do rumo do partido várias vezes. E não é necessariamente mau. Em Portugal, criou-se uma grande ideia de honra para aqueles que se mantêm (aparentemente) incondicionalmente apoiantes de todas as decisões do partido a que pertencem, mas, na verdade, isso é pouco mais do que covardia. Os militantes devem pensar individualmente (em prol do partido, é claro) e não agir como rebanhos, acríticos, hipócritas - têm sido esses os grandes responsáveis pelas "máquinas" políticas com pouco valor. Aparecer uma voz discordante estimula, enobrece a discussão. Se houvesse mais figuras políticas como Manuel Alegre a democracia respiraria mais saúde. Com sucessivas conveniências se traça o caminho mais fácil, mas não o mais acertado, creio.

O facto de Manuel Alegre divergir muitas vezes, sem receios, das opções do partido deveria ser um ponto a seu favor, aos olhos dos indecisos: seria um Presidente verdadeiramente suprapartidário. Imparical? Como assim? Clarificou bem aquilo por que ia lutar: Estado Social. E tenho a certeza que não foi por isso que perdeu votos. Ou melhor, acho que não registou mais votos porque esse seu compromisso (aliás, toda uma questão que envolve a chegada do PSD e do seu programa ao governo e a complacência - ou, pelo menos, a incógnita, visto que não tomou uma posição clara - de Cavaco Silva) não teve o destaque que merecia: era, precisamente, o tema que tornava estas eleições tão importantes. A mensagem não passou.


Os discursos pós-resultados

Tive oportunidade de ouvir Paulo Portas, Fernando Nobre, José Sócrates, Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva.

Paulo Portas foi o primeiro a comentar a vitória de Cavaco e, também, o mais precipitado. Foi sobre a questão partidária que mais incidiu o discurso, o que não é de admirar, uma vez que o Prof. Cavaco Silva nada lhe diz e o seu grande interesse era uma aproximação ao PSD (ver mais).

Fernando Nobre obteve um bom resultado mas não o suficiente para se considerar o grande vencedor da noite. Fala em "vitória da cidadania" numa eleição em que a abstenção atinge os 53%. Em 2006, também a candidatura de Alegre era independente, e conseguiu uma percentagem bem superior à registada por Fernando Nobre (acima dos 20%). É mau quando reclama uma vitória da cidadania activa, insinuando que pertencer a um partido não o é. Para além disso, expressou claramente o objectivo de chegar à 2ª volta. Não o tendo concretizado, ficava-lhe bem mais modéstia. Fernando Nobre vai-se recandidatar. É uma pena, pois acho que, ao se envolver e ganhar experiência política, está a desperdiçar esforços que teriam mais utilidade na sua acção na AMI.


José Sócrates foi inteligentíssimo na dupla função de Secretário-Geral do PS e Primeiro-Ministro, aceitando a vitória de Cavaco Silva (é com ele que vai ter que contar, de pouco vale criticá-lo) mas sem deixar de referir que o PS esteve ao lado de Manuel Alegre. Aliás, Sócrates interviu na sua campanha, em Castelo Branco e em Águeda. Os socialistas poderão não ter estado ao lado de Alegre, mas a estrutura, grande parte dos mais importantes dirigentes do partido, José Sócrates em particular, estiveram. De pouco serviria não aceitar a vitória de Cavaco. Destaque ainda para a primeira frase do seu discurso, que provocou más interpretações ("os portugueses optaram pela continuidade e pela estabilidade política"): Sócrates não acha que a reeleição de Cavaco é benéfica, apenas analisou aquilo que a maioria dos portugueses achou e, como Primeiro-Ministro, deve ser (como tem sido) o primeiro a defender a estabilidade.


Pedro Passos Coelho revelou muita astúcia e percebe, como homem de discursos que cativam, que não poderia anunciar aquilo que, no fundo, pensa. Foi um fácil discurso de vitorioso, com o mérito da falta de arrogância, e exprimindo de forma simples que o PSD se empenhou no apoio a um candidato e esse candidato foi eleito. Se associasse a reeleição de Cavaco a uma maior probabilidade de o PSD chegar ao governo nos próximos meses, saberia que seria tremendamente criticado e sairia prejudicado. Assim, sai da noite eleitoral como uma pessoa sensata e marca a diferença em relação a, por exemplo, Paulo Portas.


Manuel Alegre assume-se como derrotado, naturalmente, e é igual a si mesmo: frontal. Agradece a todos os que o apoiaram e eu agradeço por se ter assumido nesta luta, nesta causa. Esta frase merece ser registada: "Nem sempre estivemos de acordo, mas a força da democracia e a força do Partido Socialista são isso mesmo: diversidade e pluralismo."

Sabe perder. Aliás, na democracia está-se sujeito à derrota, e não há quem mais tenha respeitado a democracia que Alegre.



Cavaco Silva... Cavaco Silva teve um discurso pouco mais que miserável. Quanto à anunciada magistratura activa, foi muito vago, sem conteúdo e populista. Ainda ninguém percebeu o que Cavaco quer dizer quando refere a educação para todos, combate ao desemprego, a contenção do endividamento externo e o reforço da competitividade das empresas. Só apetece fazer duas perguntas, depois de um discurso tão superficial nesta matéria: "Como? Através do quê?". Basicamente, Cavaco Silva tem sido assim: exulta chavões mas escapa a perguntas como "Qual a sua opinião sobre o SNS, a Escola Pública e a Segurança Social?" e contradiz-se, sucessivamente, quanto à dissolução, ou não [em que circunstâncias], da Assembleia da República.


Quando prometeu uma "cooperação leal" com o Governo, lembrei-me do caso das escutas a Belém, uma artimanha do Presidente da República em plena campanha para as Legislativas, em 2009. Espero que a definição de "cooperação leal" não corresponda, para Cavaco, a traições institucionais como aquela a que todos assistimos, mas que, pelos vistos, passou incólume.


Por último, a "campanha de calúnias, mentiras e insinuações" de que fala Cavaco: mais uma vez, coloca-se acima do escrutínio dos portugueses e não nos esclarece quanto ao envolvimento em casos de que é acusado. Não são calúnias, são factos. Provados. É assim que Cavaco Silva vai passando por cima da verdade, com o consentimento de muitos sociais-democratas que seguem sem questionar o candidato do seu partido e milhares de portugueses, maioritariamente idosos, que reflectem um país pouco informado, que, num acto eleitoral, tem pouco discernimento e escolhe emocionalmente (carisma de Cavaco) e não racionalmente (análise dos factos). Quando Cavaco Silva diz que é sério e, ao mesmo tempo, se escusa aos esclarecimentos, está a tratar por parvos todos aqueles que o continuam a endeusar.


O seu discurso não foi para todos os portugueses, mas sim para os que o apoiaram. Não é por ter ganho as eleições que a verdade deixa de lhe ser exigida.



Surpresa na Madeira e sucessão no PCP

O resultado que Coelho atingiu na Madeira pode antever uma disputa histórica entre o literalmente enraizado João Jardim e o novo fenómeno de popularidade. Ainda não sei bem o que pode a Madeira ganhar ou perder, mas é, de facto, uma situação a ter em conta.


Francisco Lopes partiu quase "do zero" e obteve uma votação "sólida". Ganha força o sucessor de Jerónimo de Sousa e Ricardo Araújo Pereira, bem, é pronto a "dar a mão à palmatória".



Futuro de Portugal

O futuro parece-me simples: só haverá possibilidade de o Presidente da República antecipar eleições se Portugal não se "safar" do FMI. Caso contrário, acho que o governo tem todas as condições para concluir o mandato. O problema é que Portugal anda a duas velocidades e a oposição não se preocupa com o bem comum, mas sim com os seus botões. Ou seja, a vinda do FMI, tremendamente má para Portugal e para os portugueses, parece ser uma prioridade de partidos como o PSD. É hora de puxar por Portugal, mas não pode ser só o governo e uma fatia dos empresários em Portugal a remar. Devemos ser o único país onde uma boa notícia se tenta ocultar e não siginifica contentamento para todos os portugueses. Aliás, é isso que nos faz mais pequenos.

notas de uma eleição

cavaco ganhou. não ganhou como queria, com mais percentagem, com mais votos que há cinco anos, como é normal acontecer, mas cavaco ganhou. ganhou e fez o discurso de vitória mais miserável de que me lembro. vamos por partes. cavaco vai continuar a ser, porque 25% dos eleitores o quis, presidente da república, o mais alto cargo da nação, mas cavaco esqueceu que será o presidente de todos os portugueses, goste-se ou não. no seu discurso de vitória, cavaco deveria saudar os derrotados, o mínimo que deveria ter feito, mas deveria de ter um discurso pela positiva, um discurso de convergência, de união entre todos os portugueses, neste momento importante para o futuro do país. cavaco não o fez, porque continuou igual a ele mesmo. destilou veneno, ódio, vingança.
por um lado foi positivo, mostrou aquilo que podemos esperar dele neste segundo mandato.

outra nota importante é o valor absurdo de abstenção. 53%. uma única explicação. não havia candidatos que motivassem os eleitores a deslocarem-se à secção de voto.
claro que já se ouve falar na obrigatoriedade de votar, nem que seja por respeito a todos os que lutaram e sofreram por este direito. mas penso que eles também lutaram e sofreram pela minha liberdade de consciência, logo, não concordo com os que defendem tal medida. desde que me foi permitido, eu nunca faltei a uma eleição, e espero sempre participar, mas torná-la obrigatória acho um abuso.

uma das grandes surpresas da noite. coelho, aquele a quem chamam o tiririca da madeira. este candidato representa o melhor e o pior de uma única realidade, a democracia. é bom surgir alguém que rompa com os poderes instalados, alguém descomprometido, que tem a liberdade para dizer tudo o que lhe apetece, mas o candidato madeirense serviu também para contribuir para a descredibilização da política, algo em que a madeira é fértil, pelo que me parece.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

as ideologias ainda fazem sentido?

compreendo a importância das eleições presidenciais para o futuro do país. está muito mais em jogo que a eleição de um presidente. mas a esse assunto voltarei posteriormente.
cavaco silva (não tem nada a ver com presidenciais) disse há cerca de cinco anos, numa cerimónia pública que "pessoas inteligentes, com a mesma informação, chegam às mesmas conclusões". cavaco silva defende aquilo que vários autores, como daniel bell ou francis fukuyama, vêm dizer há algumas décadas, que a ideologia deixou de fazer sentido.
daniel bell,cientista político no seu famoso ensaio "o fim da ideologia", considerava que "há no mundo ocidental, um certo consenso entre os intelectuais a respeito dos problemas políticos: a aceitação do estado assistencial, a preferência pela descentralização do poder, e pelo sistema de Economia mista e de pluralismo político. neste sentido também se pode dizer que a era da ideologia terminou". ou seja, não se fale em comunismo, socialismo, liberalismo. nos grandes temas, nos temas importantes, há uma concordância absoluta.
fukuyama concorda. no seu mais famosos livro "o fim da história e o último homem", o politólogo refere que após o fim da guerra fria assistiu-se à vitória do capitalismo e da democracia liberal deslegitimando quaisquer alternativas.
esta é a base para a discussão. será que como defendem estes dois autores contemporâneos chegámos ao fim da política? que em questões basilares temos todos a mesma opinião?
haverá assim tantas diferenças entre os dois partidos do arco do poder em portugal? ficam estas questões. no fim, se alguém der a sua opinião sobre isto, eu darei a minha.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Um verdadeiro troca tintas!

Manuel Alegre é o verdadeiro troca tintas!
Este candidato, apoiado por PS/BE/PCTP-MRPP, que já anda em campanha desde fins de 2009, podia andar mais bem preparado nos seu discursos, pois incoerências como esta, já se estão a tornar uma constante!

Quando a 23 de Janeiro de 2010 diz que: se recusa a ser visto como “o” candidato do Bloco de Esquerda: “As pontes que possa ter estabelecido com outros sectores de esquerda não legitimam ninguém a dizer que sou um candidato do Bloco. Não sou. E se a minha candidatura vier a concretizar-se será uma candidatura nacional, com uma grande marca de independência mas historicamente enraizada no PS”, afirma, numa declaração ao Expresso. Estaria consciente que seriam os bloquistas, neste momento, o seu maior apoio? Pobre e mal agradecido, digo eu...

"Não serei candidato em nome de nenhum partido. Serei candidato por Portugal "31.01.2010

"Vivemos uma grave crise nacional agravada por uma crise mundial sem paralelo. O Presidente da República tem alertado para os riscos do endividamento do Estado, tem criticado os investimentos públicos programados pelo Governo e tem apontado até o risco de uma situação explosiva. Mas há algo que não tem sido dito e é tempo de dizer.
O endividamento não é só do Estado nem só da esfera pública. É também da Banca, das empresas e das famílias que foram aliciadas e induzidas, por formas muitas vezes agressivas, a recorrerem ao crédito e a consumirem. A solução para o endividamento exige mudanças comportamentais de todos e não apenas do Estado.
Dito isto, é óbvio que, numa primeira fase, é preciso conter o crescimento da dívida e, numa segunda, diminui-lo. Tal não significa cortar o investimento público, nem abdicar do papel do Estado no estímulo ao crescimento económico e no combate ao desemprego."

Pergunto então: Terá este senhor esquecido o bem nacional? Vejo-o claramente a fazer de tudo para não se afastar do seu PS, tentando ao máximo não criticar as suas medidas, mesmo depois de tudo o que vemos que por ele foi dito à um ano quanto à divida pública...
E quando diz que o actual PR não se manifesta, e tem sido um presidente mudo, esquece-se do que disse à um ano sobre os avisos que o PR na altura tinha feito? Pelos vistos não é assim tão mudo!

Quando o vemos propor ao PR para suspender campanha para procurar estabilizar os mercados, esquece-se de à 5 anos, não a ter suspendido, nem para votar o OE2006?

E que dizemos de um candidato a um cargo, para o qual lança ameaças, e que vemos desconhecer completamente as suas limitações?(artigo 286º)

Um candidato que lança polémicas, quando sofre do mesmo mal, não é de pessoa séria...
Comigo o futuro PR é impossível ser Alegre...

sábado, 15 de janeiro de 2011

é preciso não ter vergonha na cara...

... para se acabar com a nossa frota pesqueira e vir agora defender a urgência de um ministério do mar, assim como "negociou com a então Comunidade Económica Europeia o suicídio da agricultura portuguesa, a perda das quotas de produção de tomate, o pagamento de verbas para abater oliveiras, vinhas e pomares, sob o argumento que os outros países europeus produziam mais barato e que era melhor comprarmos lá fora",aparecendo agora armado em agricultor de fim-de-semana e tecer louvores aos agricultores portugueses. enfim, já nada me surpreende, sem ser a memória curta dos portugueses.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Abstenção, não! Votemos, pela democracia!


Embora me tenha dado a conhecer na sequência de um comentário a um post anterior, penso que seria mais conveniente formalizar aqui, em traços gerais, essa minha apresentação. Tenho 17 anos, vivo em Lisboa e estudo no 12º ano do Curso de Ciências e Tecnologias. Agradeço a todos a oportunidade de participar nesta iniciativa, mais concretamente ao Pedro Pereira, pelo convite que me endereçou. Espero poder contribuir para que o blogue se torne um projecto de sucesso!

Num momento em que a crise económica e as Eleições Presidenciais de 2011 dominam a comunicação social, falarei um pouco acerca do segundo tema, mas de uma perspectiva diferente da habitual, incidindo sobre a abstenção, assunto que analisarei da forma mais imparcial possível.

Tomando por base escrutínios anteriores, parecem-me existir diversos motivos para os eleitores se absterem, desde uma impossibilidade ou inconveniência associada ao exercício desse direito até um descontentamento face às opções disponíveis ou mesmo à política em geral. De uma maneira ou de outra, julgo ser evidente o desinteresse dos eleitores em participar na eleição. Incluo aqui a primeira situação porque, em caso de impossibilidade de votar no dia, existem sempre outras maneiras de participar na votação, recorrendo ao voto por antecipação (salvo se surgir, no próprio dia, um imprevisto altamente impeditivo).

Mesmo assumindo que os eleitores não se identificam com as atitudes e propostas dos candidatos, não os considerando aptos para o desempenho das funções de um chefe de estado e criticando a sua actuação, não me parece que a fuga às urnas seja uma atitude correcta da sua parte. Se, efectivamente, se sentem frustrados face à actual situação da política portuguesa, os cidadãos devem fazer uso do voto como via de participação cívica, de modo a intervirem na tomada de decisões, contribuindo para uma mudança geradora de um Portugal mais próspero no futuro.

Sei que votar se trata apenas de um pequeno passo, com um impacto limitado à escala nacional, mas ainda assim não deve ser desprezado, por constituir um momento crucial de exercício da cidadania, em que muitos portugueses, sem vida política activa, sumariam toda a sua participação cívica numa tomada de decisão colectiva. De resto, a escolha do próximo Presidente da República depende do somatório de todos esses gestos individuais de cada eleitor, pelo que todos os eleitores influenciam os resultados!

Jamais existirão candidatos perfeitos, não sendo estas eleições uma excepção, dado que todas as figuras políticas apresentam os seus aspectos negativos. Porém, mais grave do que a incompetência dos candidatos, surge a incompetência dos eleitores, sobretudo a daqueles que se abstêm: a suma irresponsabilidade está em relegar as decisões deste relevo para os outros.

Assim, censuro vivamente a abstenção como uma atitude que preconiza um afastamento das pessoas em relação à política, não se coaduna com o ideal democrático em que assenta o nosso regime administrativo. Se vivemos num estado livre, que confere aos cidadãos tanto o direito ao voto como o direito a prescindir dele, também devemos estar cientes de que a liberdade coloca sobre nós o peso da responsabilidade, traduzido num conjunto de deveres individuais, entre os quais a participação política. Esta intervenção cívica dos cidadãos suporta a democracia.

Em jeito de conclusão, queria deixar aqui o apelo ao voto nas próximas eleições presidenciais, para que a abstenção não atinja as proporções de outras ocasiões. Com a iniciativa de todos, podemos reduzir a abstenção em relação aos 38,55% de 2006, na luta por uma sociedade mais democrática, mais interventiva e mais consciente da importância de uma eleição presidencial.

Afinal, está em causa a eleição do próximo Presidente da República de Portugal, cujas competências políticas serão severamente avaliadas nos próximos 5 anos, durante os quais se exigirá uma atitude firme da sua parte, participando activamente na política. Um presidente de quem se espera a capacidade de agir como um mediador político e social, que lute pelo bom funcionamento da democracia e assegure apoio do estado a todos os sectores da sociedade, além de erguer a voz em defesa dos direitos de Portugal no panorama internacional. Votemos!

Muito Importante: De salientar que os votos nulos, assim como os votos brancos, não serão contabilizados nas eleições presidenciais, tendo os mesmos efeitos práticos que a abstenção. Deste modo, os votos validamente expressos são os únicos com influência no apuramento dos resultados, o que se torna realmente imprescindível o voto num dos 6 candidatos, que constitui a única forma de os portugueses demonstrarem a sua preocupação e interesse face à política nacional e a esta eleição presidencial.

Em 2006, se os votos brancos ou nulos tivessem sido contabilizados teria havido uma segunda volta nas eleições presidenciais.

Nota: O quadro com os resultados das Eleições Presidenciais de 2006 foi-me gentilmente cedido pelo Pedro Pereira, a quem muito agradeço pelo seu comentário.

será inevitável?

esta é a segunda vez que participo num blog colectivo, algo que me agrada bastante, uma vez que, sempre considerei o debate de ideias, desde que feito com algum nível, algo extremamente enriquecedor. "fanático é quem não pode mudar de ideia e não quer mudar de assunto", esta frase de churchill deve ser tida em conta por todos os membros deste blog, porque só os muito pouco inteligentes não mudam de opinião.
chamo-me valter marques, tenho 24 anos, exerço o cargo de presidente de junta de freguesia de penhascoso, licenciado em comunicação social e frequento o mestrado de ciência política e relações internacionais, na universidade nova de lisboa.
estamos em plena campanha presidencial, de umas eleições que têm como grande questão saber se cavaco irá vencer à primeira volta, ou teremos uma segunda volta, onde aí as coisas serão discutidas taco a taco.
não sou daqueles que pensam que se cavaco não ganhar à primeira volta seria estar a adiar o inevitável. além de ser uma ideia muito pouco democrática, penso que a direita iria tremer bastante ao ver o seu imaculado candidato outra vez a votos. recordam-se da eleição freitas/soares?
mas hoje apetecia-me falar de cavaco. do cavaco que nunca tem dúvidas e raramente se engana. o senhor tem referido várias vezes que ele deve ser de novo eleito porque estamos a viver tempos conturbados e que "este não é tempo para experiências", uma vez que, o actual presidente da república é um economista bastante competente, logo nestes tempos mais difíceis é importante ter como chefe de estado uma intelligentsia em economia. não ponho em questão a credibilidade académica do senhor, os seus conhecimentos nessa área, mas pensem comigo, não foi ele que ocupava o lugar de chefe de estado, quando surgiu esta crise que arrasou a economia ocidental, nesta crise que destruiu milhões de empregos? de que nos valeu então a nós ter como presidente da república um supra sumo da economia? zero. cavaco silva tem que entender uma coisa muito simples. ele não governa (embora neste momento seja o líder da oposição, dessa oposição que não vence nas urnas e espera ansiosamente a entrada do FMI, como tábua de salvação do fosso em que se encontra, desde que esse senhor deixou a liderança do psd).
cavaco devia falar mais aos portugueses, a verdade que tanto apregoa nos outros, mas que não usa em sua própria casa. cavaco não comenta, não reage, é uma múmia, um túmulo. não gosto de ataques políticos, confundindo-os com ataques pessoais (recordo o caso edite estrela e não o bpn), nao gosto nada desta coisa chamada democracia, em que alguém é eleito e parece que não tem que responder perante o povo. é uma maçada, todos o sabemos, mas é assim a vida. cavaco pode ser eleito à primeira volta, mas isso acontece apenas por uma razão, porque estamos em portugal, um país de brandos costumes. ahh.. e não me venham falar em credibilidade e honestidade, para isso tenho o sócrates, que viu a sua vida virada do avesso, vasculhada até ao tutano e nunca se descobriu nada. pode ser também por vivermos em portugal, mas ele enfrenta, esclarece, expõe. meus amigos, só assim se descobre a verdade. cavaco tem muito a esconder e não deve ser só porque se é experiente numa matéria que se deve ser eleito presidente da república. ainda não lhe ouvi uma ideia (posso andar distraído), mas as pessoas não comem números. lembrem-se disso.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cavaco vs Cavaco

Pedro Pereira, 17 anos, Estudante no 12º ano no curso de Ciências Socioeconómicas.
O meu blog pessoal e o perfil no Facebook.
Agradeço o convite do André Serras e deixo votos de uma boa e enriquecedora experiência neste blog político plural.




Durante os últimos dias de campanha, e atendendo às recentes notícias sobre a dívida pública portuguesa, têm-me consternado as últimas posições do actual Presidente da República e candidato Cavaco Silva.

Por um lado, como Presidente da República, reage com uma aparente postura amenizadora, referindo que "não se deve especular sobre a vinda do FMI", promovendo, supostamente, a estabilidade governativa do país, imprescindível para seguir em frente com os progressos atingidos esta semana; poucas horas depois, na "pele" de candidato e social-democrata, anuncia uma imimente crise politica.

A atitude isenta e impulsionadora do país é tentada, mas sem grande sucesso, uma vez que logo a seguir vem ao de cima um Cavaco Silva preocupado em reunir votos e não em defender Portugal.
Neste momento, mais precisamente esta semana, aliados às boas notícias, precisamos de sinais de confiança. E, desta forma, culparei Cavaco pela próxima subida (espero que não aconteça) dos juros da nossa dívida.

A título de lançamento do debate, deixo a questão: será a entrada do FMI em Portugal uma forma de a direita subscrever políticas que apoia, mas que não tem coragem de assumir em seu nome?Até que ponto será a entrada em Portugal do FMI vantajosa para os portugueses?

Eleições Presidenciais

É com enorme prazer que inauguro este espaço, que tem como objectivo, mais do que uma luta entre a esquerda e a direita políticas, um espaço de debate político sobre os acontecimentos mais importantes da actualidade política, onde para além de aproveitarmos para expressar opiniões, poderemos também aproveitar para nos cultivarmos um pouco mais com a participação de todos!

Para post de abertura, como não poderia deixar de ser, escolhi as eleições presidenciais que estão aí à porta, e queria lançar as seguintes questões:

-Será esta luta entre Cavaco Silva Vs. Manuel Alegre Vs. “Resto do Mundo” benéfica para a situação actual do país, quando inúmeras questões sobre o passado e a credibilidade do actual PR são levantadas? Estará este esquema político a ter sucesso?

-Haverá esperança numa segunda volta para a esquerda?

-A candidatura de Manuel Alegre apoiada por BE e PS, terá sido uma desvantagem para o mesmo?

-Será eticamente correcto, alguns candidatos levarem os jornalistas atrás de si, até creches e centros de deficientes, quando estes nem sequer votam, apenas para tentar apelar à sensibilidade social?

Bem poderia ficar aqui a questionar cada momento desta campanha, e destes candidatos, mas deixo-o para nós…


André Serras