"A Politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen" Winston Churchill

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Portugal na Europa

É verdade que somos um país pequeno na Europa.
Mas desde que aderimos à CEE que por mais pequenos que sejamos, temos uma palavra a dizer. Somos representados no Parlamento Europeu, e são eles que defendem os nossos interesses lá fora com maior frequência...
Pergunto-me então como podemos ter uma abstenção nos 63% para as Europeias em 2009, se supostamente, é importantíssima a escolha desses deputados para garantirem os nossos interesses?
Numa altura em que não estamos imunes ao que se passa fora das fronteiras, que precisamos do que está fora das fronteiras, não podemos simplesmente desligar dessa área.
Temos de perceber que só melhoramos cá dentro, se também melhorarmos lá fora!
Podemos ir para outro continente e dizer que somos portugueses, mas dentro de casa não nos podemos esquecer que somos parte da Europa, e que se quando não nos ajudam somos os primeiros a criticar, quando nos ajudam devemos ser os primeiros a louvar...
Temos memória curta, somos portugueses, e os outros é que estão bem.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

desemprego

o desemprego é, sem dúvida alguma, o maior problema em portugal. não é só um problema social grave, como é um dos entraves ao desenvolvimento económico.
os dados do instituto nacional de estatística (ine) revelaram que a taxa de desemprego em portugal já ultrapassou a barreira dos 11%, o que corresponde a mais de 600 mil pessoas.
culpabilizar os executivos de sócrates por estes números, não fazendo sequer um esforço para olhar para os países vizinhos, onde taxas de desemprego chegam aos 20%, é de uma irresponsabilidade imensa, assim como continuamos a esquecer que o mundo está a atravessar a maior crise económica de que há memória, aquilo a que ferreira leite chamou de "abalozinho".
não é apenas isto. o desemprego é um problema muito mais estrutural que não se consegue resolver por decreto, ou com um passo de mágica.
vamos por partes. ficamos frequentemente chocados quando vemos que fábricas de lanifícios e de calçado que fecham, levando várias pessoas para o desemprego, mas aquilo de que nos esquecemos é que do outro lado do mundo, na índia e na china, por exemplo, há lá trabalhadores que recebem 100/150 euros por mês, trabalham 15 horas se for necessário e não reclamam por subsídios de férias, nem de natal. o mundo globalizou-se e portugal não se preparou para isso. as nossas empresas não têm mais capacidade para competir com as empresas dos países emergentes, onde a mão-de-obra é muito mais barata. isto não teria que ser uma inevitabilidade. faltou visão aos nossos governantes, que não conseguiram perceber esta nova realidade económica mundial.
não conseguindo competir nas economias tradicionais, como é o caso dos lanifícios e do calçado, por exemplo, era necessário dar um passo em frente e apostar numa economia baseada na ciência, na tecnologia e no conhecimento. nunca isso se fez, nunca se achou importante apostar nas qualificações dos portugueses e agora estamos na situação em que nos encontramos, onde as empresas que em portugal têm sucesso são as que se baseiam em produtos e serviços de alta qualidade, as que necessitam de mão-de-obra qualificada e se viraram para o exterior. este é o caminho, um caminho que demora tempo a percorrer, mas que sócrates percebeu desde cedo, tendo já obtido alguns resultados a esse nível. temos que continuar a percorrer esse caminho se queremos uma economia forte.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Moção do Bloco!

Numa altura em que o BE deu a conhecer no debate quinzenal que no dia 10 de Março iria apresentar uma Moção de Censura, as atenções políticas (não as jornalísticas) ao contrário do esperado, não se voltaram para o PS, mas sim para o PSD!
O Governo pede uma atitude rápida por parte do PSD, de modo a manter a estabilidade e a confiança dos mercados.
O BE aproveita, também, a moção para "brincar" com o PSD...
Já cheguei inclusive a ouvir, teorias da conspiração, em que diziam que esta moção é uma jogada do PS/BE, com o objectivo de firmar ainda mais o Governo no poder. A teoria não seria de todo impensável, se não conhecesse-mos Louçã desde à alguns anos, e não soubessemos o seu baixo Q.I. político, e o que desaprendeu desde a universidade...

O que pode o PSD fazer?
Nada mais "simples", numa altura em que as sondagens estão aquém do pretendido, numa altura em que o Governo ainda não tem resultados para apresentar, para além daqueles que os portugueses já sofrem no bolso e as palavras do Governo indicam até ao momento uma "boa" execução orçamental (objectiva).
De que valeria então o esforço dos portugueses em 2 meses? Para ir tudo abaixo numa altura em que SE DIZ (não é verdade) estar tudo a correr bem... Seria prejudicial para o PSD, mas mais prejudicial ainda para PORTUGAL (que deve ser por ele que todos os políticos devem decidir e não por si e pelos seus, como tanto se vê), aprovar ou abster-se nesta moção do que votar contra...
O PSD tem de deixar a política da abstenção, tem de se tornar firme e tomar decisões concretas! Se o PSD se abstiver nesta moção, vai dar uma ideia, que só não aprova porque é do BE, ou de esquerda. Não pode ser assim, pois agitará os mercados, fazendo-os esperar eminentemente por uma moção vinda da bancada Social-Democrata.
Como sabemos uma moção de censura, pode ter vários conteúdos, e parece estúpido o PSD ter de tomar uma decisão já, não sabendo o conteúdo da mesma. Isso só acontece porque o BE é um partido burro! Porque uma moção não precisa de aviso prévio, nem deve haver, deve ser apresentada, ponto! E com isto só vieram prejudicar (ainda mais) Portugal e a sua imagem nos mercados! Por mais correcto que venha a ser o conteúdo (improvável), e por mais que o PSD se reveja nele, nesta altura, vai ter de votar contra esta moção, sem se preocupar com sondagens nem níveis de popularidade, vai ter de continuar a dar a oportunidade que já deu ao Governo de executar, mantendo assim as bandeiras em casa...

Enquanto social-democrata confio! O PSD vai tomar não só a melhor decisão para o partido, mas sim para Portugal!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

SNS, um orgulho por desvendar

Numa altura em que José Sócrates vem dizer que os portugueses devem ter orgulho no Serviço Nacional de Saúde, pergunto-me se é neste que conhecemos ou há algum secreto com o mesmo nome? Se calhar o preço por doente ajusta-se à realidade, já a qualidade fica muito aquém das expectativas...
Devemos orgulhar-nos de um Serviço que não dá condições aos doentes oncológicos? Acreditar em alguém que se foca num ramo deste serviço, e conhece de perto inúmeros casos, ou numa Ministra que apenas se dedica a número e desconhece a realidade deste país? Uma Ministra que quer ser médica de todos os portugueses, diagnosticando e receitando através de números, e esquece as suas verdadeiras funções, os seus objectivos, o seu fim...
Quando estamos num sistema que por uns pagam os outros, deixando o combate à corrupção à frente da saúde! Quando sabemos que o transporte de doentes é das maiores irregularidades que em Portugal existe, e nada se faz para mudar o rumo a isso!
Que orgulho tenho eu de ter dinheiro para saber a doença, e não o tenho para a cura? Para quem não precisa de comprar medicamentos todos os meses, esta história pode parecer um pouco irreal, mas a verdade é que quando a Ministra falou em redução das comparticipações acompanhada por uma redução nos preços dos medicamentos, a realidade não era essa, e vivemos mais uma mentira!
Orgulho num SNS que é o primeiro a ser corrupto?
Orgulho num SNS que não consegue garantir o seu serviço?
Eu, Sr. Primeiro Ministro José Sócrates, não tenho orgulho nenhum neste serviço!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

fmi

o fundo monetário internacional (fmi) anda nas bocas do mundo. normal. em tempos de maior instabilidade económica e financeira é que ele é chamado a intervir. em portugal, a análise política e económica centra o seu debate na entrada ou não do fmi no país. sócrates faz tudo o que pode para ele não vir, a oposição está deserta que ele aterre na portela (puro oportunismo político).
vamo-nos centrar no essencial. o fundo foi criado no pós 2ª guerra, numa altura em que a europa e o mundo estavam devastados economicamente. o seu objectivo era o de apoiar financeiramente os países que estão ligados ao fundo (187 neste momento), quando estes estivessem a passar por momentos complicados, com uma forte dívida externa, mas também fomentar um crescimento económico sustentável e reduzir as taxas de desemprego nesses países. para percebermos um pouco o sucesso do fundo, começo por referir que a etiópia, as honduras e a cuba, por exemplo, são países que estão ligados ao fmi desde a sua criação, ou seja, qual é o desenvolvimento económico, quais são os níveis de crescimento económico, os níveis de riqueza, nesses países? sim, podemos começar por concluir que o fundo não tem cumprido com a sua obrigação.

o fmi pode financiar-se, como uma outra instituição qualquer, junto de uma entidade externa, mas o dinheiro do fmi aparece, sobretudo vindo das quotas que os países membros pagam anualmente (penso?), quota essa que varia consoante o crescimento do pib interno de cada país, da sua relevância perante o pib mundial e do ouro que esses países possuem. no entanto, os países que mais contribuem para o fundo são os que têm maior poder de decisão, ou seja, para se atingir a maioria das votações nas assembleias gerais do fundo, basta que quatro ou cinco países se unam e conseguem ter maioria.

esta foram algumas curiosidades que deixei para se perceber como funciona o fmi. vamos ao que interessa. o fmi entra num país quando este deixa de se conseguir financiar no exterior, quando não há confiança dos mercados nesses países. o fmi aparece como "salvador", injecta milhões nesses países, que terão que ser pagos, com taxas de juro, não muito baixas, e impõem uma série de medidas drásticas, normalmente com fortes efeitos recessivos na economia, subvertendo assim todos os ideais que lhe estão subjacentes.
joseph stiglitz, nobel da economia em 2001, é um dos mais ferozes críticos do fmi, afirmando que " as medidas impostas pelo FMI falharam mais vezes do que as em que tiveram êxito", acrescentando ainda que "Em muitos países, levaram à fome e à confrontação social; e mesmo quando os resultados não foram tão sombrios e conseguiram promover algum crescimento depois de algum tempo, frequentemente os benefícios foram desproporcionadamente para os de cima, deixando os de baixo mais pobres que antes". podemos deduzir, não só por estas palavras, que o fmi tem como única preocupação assegurar que os países pagam aos seus credores, normalmente países com alguma folga financeira, com algum poder, esquecendo assim todas as consequências das suas intervenções nas economias dos países em que actua. esta é também a conclusão de boaventura sousa santos, que assegura que "a intervenção do FMI teve sempre o mesmo objetivo, "canalizar o máximo possível do rendimento do país para o pagamento da dívida". sócrates, sim sócrates, tem conseguido acalmar os mercados e portugal está hoje a financiar-se, a custos mais baixos, do que acontecia há uns meses. o fmi está, neste momento, mais longe, contudo não afasto a hipótese da sua entrada, mas um português a sério, daqueles que são mesmo portugueses, não politiqueiros de fim-de-semana, têm a mesma opinião, seguramente.