"A Politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen" Winston Churchill

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

desemprego

o desemprego é, sem dúvida alguma, o maior problema em portugal. não é só um problema social grave, como é um dos entraves ao desenvolvimento económico.
os dados do instituto nacional de estatística (ine) revelaram que a taxa de desemprego em portugal já ultrapassou a barreira dos 11%, o que corresponde a mais de 600 mil pessoas.
culpabilizar os executivos de sócrates por estes números, não fazendo sequer um esforço para olhar para os países vizinhos, onde taxas de desemprego chegam aos 20%, é de uma irresponsabilidade imensa, assim como continuamos a esquecer que o mundo está a atravessar a maior crise económica de que há memória, aquilo a que ferreira leite chamou de "abalozinho".
não é apenas isto. o desemprego é um problema muito mais estrutural que não se consegue resolver por decreto, ou com um passo de mágica.
vamos por partes. ficamos frequentemente chocados quando vemos que fábricas de lanifícios e de calçado que fecham, levando várias pessoas para o desemprego, mas aquilo de que nos esquecemos é que do outro lado do mundo, na índia e na china, por exemplo, há lá trabalhadores que recebem 100/150 euros por mês, trabalham 15 horas se for necessário e não reclamam por subsídios de férias, nem de natal. o mundo globalizou-se e portugal não se preparou para isso. as nossas empresas não têm mais capacidade para competir com as empresas dos países emergentes, onde a mão-de-obra é muito mais barata. isto não teria que ser uma inevitabilidade. faltou visão aos nossos governantes, que não conseguiram perceber esta nova realidade económica mundial.
não conseguindo competir nas economias tradicionais, como é o caso dos lanifícios e do calçado, por exemplo, era necessário dar um passo em frente e apostar numa economia baseada na ciência, na tecnologia e no conhecimento. nunca isso se fez, nunca se achou importante apostar nas qualificações dos portugueses e agora estamos na situação em que nos encontramos, onde as empresas que em portugal têm sucesso são as que se baseiam em produtos e serviços de alta qualidade, as que necessitam de mão-de-obra qualificada e se viraram para o exterior. este é o caminho, um caminho que demora tempo a percorrer, mas que sócrates percebeu desde cedo, tendo já obtido alguns resultados a esse nível. temos que continuar a percorrer esse caminho se queremos uma economia forte.

6 comentários:

  1. Tudo muito bem, excepto dois pontos:
    "...já ultrapassou a barreira dos 11%, o que corresponde a mais de 600 mil pessoas.
    culpabilizar os executivos de sócrates por estes números, não fazendo sequer um esforço para olhar para os países vizinhos, onde taxas de desemprego chegam aos 20%, é de uma irresponsabilidade imensa"
    -Porque é que não estar atento ao outros é uma irresponsabilidade? O meu pai na escola sempre me disse, o que interessa és tu, não são os outros, e tínhamos todos os mesmos materiais para atingir o sucesso.

    "este é o caminho, um caminho que demora tempo a percorrer, mas que sócrates percebeu desde cedo, tendo já obtido alguns resultados a esse nível. temos que continuar a percorrer esse caminho se queremos uma economia forte."
    - O que é que Sócrates fez quanto a isso que é assim tão futurista e inovador, ao ponto de ser o ponto de partida da tábua de salvação?

    Quanto ao resto está bom, embora ache que a questão da competitividade se compensa com outros trunfos.

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  2. se olhares em teu redor, penso que consegues perceber que afinal o problema não é só teu, mas que há um problema mundial. ou seja, esta crise mundial, que espero que reconheças que ela existe e que foi violenta para vários países, não nos afectou só a nós. penso que não foi sócrates o responsável pelo aumento do défice, do desemprego e da recessão nos outros países, logo o problema que temos cá não pode ser atribuído a sócrates, pelo menos em grande parte, porque os nossos problemas são os mesmos problemas dos outros países.
    em relação ao segundo ponto, posso referir a importância que sócrates deu à educação, à investigação e à ciência e posso referir apenas as parcerias que conseguiu com as melhores universidades dos e.u.a.

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  3. A interdependência entre economias existe, é verdade, parte do nosso problema é comum, mas não desculpes o governo só com isso porque tal como há maus exemplos há bons exemplos!
    O facilitismo na educação? Parcerias que ele conseguiu????? Ele????

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  4. Mais cego não é o que não vê, é aquele que não quer ver.

    Bom post Valter, apenas, na minha opinião faltou-te referir que tudo isto se trata do mercado, a globalização está aí e o estado não pode continuar a subsidiar empresas para não fecharem portas só por causa dos números do desemprego. Não podemos deixar que seja o estado a subsidiar as empresas para que estas possam concorrer com esta realidade, isto tem de partir das próprias empresas, mais vale apoiar no investimento de novas empresas do que apoiar condenadas. Esta é a minha opinião!

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  5. Não concordo com um ponto que referiste no comentário, o facto de os países emergentes terem níveis de salários mais baixos impede as empresas nacionais e empresas multinacionais que estejam localizadas em Portugal de competir com esses países, sim, de facto é tens razão, mas a verdade é que quando foi necessário (e havia facilidades) fazer investimentos para garantir níveis de produtividade e de qualidade elevados no longo prazo, nada foi feito, e fundos importantes foram banalizados e utilizados para os "brinquedos caros". Se o investimento tivesse sido feito no passado, hoje não era preciso concorrer com países emergentes, a qualidade iria garantir por si só o mercado. O problema é que o país não pensa alto, e não pensa grande.

    As medidas que tem sido tomadas, são medidas curtas, ineficazes e de pouco alcance.O país não precisa de pensar para ontem, o país precisa de pensar hoje para amanhã. Somente com medidas adequadas de promoção de investimento, e apoios a pequenas e médias empresas que são vitais para o emprego, é que o país pode pensar no futuro, e não apenas com remendos e costuras, que quando rebentam alargam a ferida.

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  6. não posso concordar mais contigo. nós temos ainda empresas nas áreas dos têxteis com uma grande componente exportadora, mas isso deve-se à excelente qualidade do que é produzido, ou seja, apostou-se na qualidade, naquilo que os países emergentes ainda não conseguem fazer. para tal é preciso qualificações e uma forte aposta nessa área, algo que nunca preocupou os governantes portugueses.
    aguardo um primeiro post teu, assim como do marco.

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